Previdência ainda responde, isoladamente, por quase a metade desses gastos; assistência social ganhou maior espaço, saúde e educação estagnaram
O gasto do governo federal com as políticas sociais vem crescendo de forma permanente a cada ano. É o que mostra levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisa o Gasto Social Federal (GSF) no período de 1995 a 2010. Em 16 anos, o volume de recursos aplicado pelo governo federal nessa área subiu 172%, passando de R$ 234 bilhões em 1995 para R$ 638,5 bilhões em 2010.
"Foram 172% de crescimento em valores reais (acima da inflação) e 125% em valores reais per capita, ou seja, o gasto social cresceu também mais velozmente que o crescimento da população. Em outras palavras, o valor destinado às políticas sociais do governo federal, em média, por cidadão brasileiro, foi em 2010 bem mais que o dobro do que fora em 1995", apontou o documento.
Na composição do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto dos gastos sociais do governo federal aumentou de 11,24% para 15,54%, em 16 anos, passando a representar um total de 4,3% do PIB nacional. "Essa trajetória de crescimento, embora permanente, não foi homogênea", ressaltou o estudo. Na primeira metade da série (1995-2002), o gasto social per capita cresceu 32% em termos reais. Já na segunda metade (2003-2010), o crescimento foi de 70%.
A destinação dos recursos também não cresceu "no mesmo ritmo" para todas as áreas sociais (previdência social, benefícios a servidores, saúde, assistência social, educação, saúde, e emprego e defesa do trabalhador). A previdência social ainda responde, isoladamente, por quase a metade do Gasto Social Federal, o equivalente a 2,4% do PIB. Outro 1% do PIB foi aplicado na assistência social. As demais áreas de atuação social - incluindo saúde e educação - tiveram que dividir os outros 0,96% do PIB.
"A área de saúde percorreu uma trajetória bastante irregular em termos de destinação de recursos". Sofreu uma queda de 1,8% do PIB em 1995 para 1,53% no ano seguinte. Depois, a área flutuou durante todo o período entre 1,58% e 1,71% do PIB, o que segundo o Ipea, "significou de fato uma estagnação na destinação federal de recursos para a área".
Fonte: Agência Estado
Gilv@n Vi@n@
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