ASSEMBLEIA GERAL DO SINDSPUMC, NESTE SÁBADO 04/O7 AS 09h NA SEDE SOCIAL DO SINDSPUMC

13 janeiro, 2012

Casa do Estudante pede socorro


Má conservação do prédio histórico e falta de controle da administração são alguns dos problemas enfrentados pela entidade
instituição abriga 210 estudantes, mas muitos dos moradores vivem irregularmente no local, em busca de aluguel barato. Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Um verdadeiro estado de calamidade pública. Urina dentro de garrafas plásticas, goteiras, telhas quebradas, salas com rachaduras e mofo. Um odor forte e mal cheiroso nos corredores mal leva a crer que é neste prédio que funciona a Casa de Estudante do Rio Grande do Norte, mais necessariamente o setor masculino. Atualmente, 210 estudantes ocupam a entidade. No período de férias, os alunos não contam com o almoço preparado pelos funcionários da casa e nem com a higienização do local, o que piora ainda mais a situação daqueles que tiveram que ficar no local durante o período de férias.
Logo na entrada é possível ver lixo acumulado e uma televisão quebrada por vândalos há anos. Com facilidade, a reportagem entra no recinto sem que ninguém questione o que faziam ali ou o que queriam. O cenário de abandono e descaso começa a ganhar forma com o discurso dos estudantes, principais usuários da Casa do Estudante.
Roberto Souza, nome fictício de um estudante de 19 anos que não quis se identificar, está na casa há seis meses. Caicoense, o jovem estuda da Escola Estadual Felipe Guerra e precisa se submeter a morar no local por não ter outro lugar para ficar. "É deprimente viver aqui. Tudo é tão sujo e precário. A alimentação, quando tem, é ruim. Sem contar que existem pessoas que moram na casa que não são mais estudantes e querem mandar em tudo", revela.

Depredação piora o quadro. Última reforma ocorreu em 2007
O estudante caminhou com a equipe de reportagem do Diário de Natal pelo interior da casa e viu um cenário de muita sujeira, paredes rachadas e mofo, que denunciavam que há muito tempo não há manutenção na estrutura física do prédio. "É difícil vir morar em Natal, longe da família, numa situação dessas. Tudo bem que a gente paga só R$ 20 mensais para morar aqui, mas também não era pra ser assim", considera Roberto.
Os alimentos, o gás e o pagamento de luz e água do prédio estão sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sethas). Segundo o secretário adjunto da pasta, Walter Correia, a secretaria nunca deixou faltar recursos para manter a parte de sua incumbência. "A nossa parte está sendo feita. Porém, o prédio não é da responsabilidade do Governo Estadual. Cabe à administração cuidar da infraestrutura do prédio", disse o secretário.
Desabrigados usam a casa para lavar roupas, tomar banho e deixam o local ainda mais sujo. Os estudantes precisam aprender a compartilhar o espaço com não moradores e com qualquer pessoa que quiser entrar na casa. O quesito segurança é colocado em jogo constantemente, uma vez que o medo de assaltos e de roubos deixa os jovens que ali residem ainda mais inseguros.
O estado deplorável da casa é conseqüência do tempo e das ações de vandalismo cometidas pelos próprios estudantes que moram na casa. A última reforma em 2007, durante o governo Wilma de Faria, "não passou de uma maquiagem", segundo afirma outro estudante de 26 anos, que está na casa desde 2006, o qual também não quis se identificar. "Pouco tempo depois tudo volta a aparecer destruído: pias, lavabos, sanitários, chuveiros; tudo", revelou Francisco Lopes, nome fictício.
Segundo Francisco, a falta de consciência das pessoas que freqüentam a casa é a principal causadora da deterioração do prédio. "O pessoal não preserva, não cuida. Só estraga e quebra. Só pode dar nisso", disse o jovem. As aulas de reforço são dadas em um auditório detonado, com carteiras quebradas, diversas frestas no telhado e sem a prometida biblioteca e computadores. A iluminação do local não existe: "De noite, temos que andar apalpando as paredes ou com lanternas. As lâmpadas que tinham, os próprios estudantes retiraram para repor no quarto. É uma escuridão total", conta. 

Fonte: diariodenatal.com.br
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Fortaleza é a 37ª cidade mais violenta do mundo, diz ONG mexicana


Fortaleza é a 37ª cidade mais violenta do mundo, de acordo com estudo feito pela organização não governamental (ONG) mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal divulgado nesta sexta-feira (13). Segundo a ONG mexicana, das 50 cidades mais violentas do mundo, 14 são brasileiras.
A cidade de Fortaleza está em 37º no ranking da ONG, com 42.90 mortes violentas para cada 100 mil habitantes. O topo da lista é ocupado pela cidade de San Pedro Sula, em Honduras, com uma taxa de 158.87 homicídios para um grupo de 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está Juárez, no México, com uma taxa de 147.77.
No Brasil, a cidade de Maceió, capital alagoana, aparece como a mais violenta ocupando o terceiro lugar – com uma taxa de 135.26 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Depois da capital alagoana estão Belém (PA) – em 10o lugar no ranking, com uma taxa de 78.08 homicídios para cada 100 mil habitantes;  Vitória (ES), em 17o lugar, com taxa de 67.82; Salvador (BA), em 22o na lista, com 56.98 e Manaus (AM), em 26o, com 51.21.
Também são definidas como violentas as cidades de São Luís (MA), em 27o lugar no estudo, com taxa de 50.85 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, João Pessoa (PB), em 29o, com 48.64; Cuiabá (MT), em 31o na lista, com taxa de 48.32; Recife (PE), em 32o lugar, com taxa de 48.23, Macapá (AP), em 36o, com 45.08;  Curitiba (PR), em 39o na lista, com 38.09; Goiânia (GO), 40o, com 37.17 e Belo Horizonte (MG), em 45o no ranking das cidades mais violentas, com taxa de 34.40 homicídios para cada 100 mil habitantes.
14 cidades brasileiras
Das 50 cidades apontadas como as mais violentas do mundo, além das 14 brasileiras, 12 estão no México e cinco na Colômbia. O estudo também informa que das 50 cidades, 40 estão na América Latina.
Além disso, a organização alerta para o fato de que no México, as autoridades estão falsificando dados e escondendo o verdadeiro número de homicídios. A ONG diz que elas “não inspiram confiança em seus dados oficiais”, pois “há evidências de falsificação” para fazer com que a violência pareça menor do que ela realmente é.
Como exemplo, o estudo cita o caso da cidade mexicana de Juárez, que, segundo as autoridades, registrou 1.974 homicídios em 2011. Porém, o relatório da organização indica que o governo oculta pelo menos 150 homicídios. A entidade informa ainda que nesta cidade houve uma redução da violência, mas os números ainda são elevados.
Fonte: Agência Brasil
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12 janeiro, 2012

RÁPIDAS NA POLÍTICA

Fernanda é medicada no São Lucas

A estilista Fernanda Maia, esposa do deputado federal João Maia, interrompeu o período de veraneio na praia de Pirambúzios na madrugada desta quarta-feira(11) após sentir fortes dores no abdômen e passar mal.
Apesar do susto, após uma série de exames, foi diagnosticado um pequeno problema gástrico, o que teria causado as cólicas.
Fernanda que estava acompanhada do marido e da cunhada-médica Zenaide Maia, foi liberada ao meio dia e já se encontra em casa.
Henrique e Domício com Sec. Nacional de atenção a saúde
Depois de duas horas de reunião com o Secretário Nacional e Atenção à Saúde, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, deixou o Ministério da Saúde na companhia do Secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Domício Arruda com uma boa notícia apra a saúde potiguar. 
Os dois relataram, na SAS, o caos vivido pelos pacientes do pronto socorro do hospital Walfredo Gurgel, em Natal, com 27 pessoas “entubados” fora da UTI. A situação já havia sido presenciada por Helvécio Magalhães, em visita ao hospital, em novembro do ano passado.
A solução foi prometida pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em conversa pelo telefone com o deputado Henrique Alves. A saída encontrada foi a inclusão do Walfredo Gurgel na Rede SOS Emergência com 11 hospitais públicos de grande porte.
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EXEMPLO: Gari da Prefeitura de São José do Seridó é aprovado no curso de Direito da UFRN

Ele tem nome o nome do famoso ex-lutador e campeão mundial de Box Kassius Klay. Mas, não passa de um gari que é empregado na prefeitura de São José do Seridó.
Um gari excepcional que mostrou dedicação e estudou para vencer na vida. Foi aprovado no curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no último vestibular. Mais desconcertante ainda: Kassius já era aluno do curso de história.
- Toda função, "todo trabalho é honesto e por isso eu lanço aqui a esperança para todos que não acreditam em si que vão fundo nos seus estudos por que é possível. O Brasil está cheio de oportunidades", destacou Kassius conversando com o repórter Carlos Felipe.
E ainda mandou outra mensagem: "acreditem sempre em vocês mesmos e nunca percam os seus sonhos e objetivos e nunca deixe sua imaginação para trás.
Fonte: Robson Pires
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PISO SALARIAL DOS PROFESSORES 2012

Reajuste do piso nacional do magistério pode chegar a 22%
MARATONA - Professores aguardam reajuste salariaL 
O ministro de Educação, Fernando Haddad, participou ontem, terça-feira (10) de audiência com a presidente, Dilma Rousseff, e o secretário-executivo do Ministério, José Henrique Paim, para discutir o reajuste de 22% para o piso nacional dos professores.
Após a audiência, Haddad informou que o novo valor deve ser promulgado em fevereiro ou março, mas passará a valer partir deste mês. Porém, o governo ainda não tomou nenhuma decisão sobre o índice, pois o ministro aguarda os dados consolidados do Tesouro Nacional para fechar o valor final do reajuste do Fundeb.
Haddad também lembrou que qualquer valor inferior aos 22% abriria espaço para contestação judicial ou teria que ser apresentado junto com uma mudança na legislação. A Lei 11.738/08, que institui o piso salarial profissional nacional, diz claramente que o reajuste será realizado todo mês de janeiro no mesmo porcentual da atualização do valor do Fundeb e terá de ser o menor valor básico para aos professores por 40 horas-aula semanais.

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Cientistas adiantam relógio do fim do mundo

          Simbólico Relógio do Apocalipse foi ajustado por causa da proliferação nuclear e pelo aquecimento global

A incerteza gerada pela ameaça de proliferação nuclear e pelo aquecimento global fez o Boletim de Cientistas Atômicos adiantar em um minuto o relógio do Apocalipse, informaram nesta terça-feira (10) especialistas internacionais.
O simbólico Relógio do Apocalipse "aponta agora cinco minutos para a meia-noite (quando ocorrerá o cataclisma nuclear)", declarou Allison Macfarlan, presidente da associação da Universidade de Chicago que em 1947 criou o sistema para ilustrar o risco da corrida atômica.

Em janeiro de 2010, o Boletim de Cientistas Atômicos, que tem entre seus membros 18 prêmios Nobel, atrasou o relógio em um minuto diante de um "estado do mundo mais promissor", deixando o marcador a seis minutos da meia-noite.

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"Há dois anos, parecia que os dirigentes do mundo poderiam enfrentar as ameaças globais, mas esta tendência não se manteve e, inclusive, se inverteu", constatou Allison Macfarlan, professora da Universidade George-Mason, na Virgínia.

Lawrence Krauss, presidente da associação e professor de física da Universidade do Arizona, disse que o relógio foi adiantado devido "aos perigos claros e iminentes de proliferação nuclear e mudança climática, assim como diante da necessidade de se encontrar fontes de energia seguras e duráveis".

Para o cientista, "o maior desafio à sobrevivência da humanidade no século XXI é satisfazer as necessidades energéticas para o crescimento econômico dos países em desenvolvimento e industrializados sem prejudicar ainda mais o clima e sem alimentar a proliferação nuclear".

Kenneth Benedict, diretor-geral do Boletim de Cientistas Atômicos, foi mais otimista e garantiu que a associação está entusiasmada com a "primavera árabe, os movimentos 'Ocupem' e a contestação política na Rússia".

"O poder do povo é essencial para se enfrentar os desafios da energia nuclear, resolver os males do aquecimento global e evitar um conflito nuclear em um mundo instável".

Desde que foi criado, em 1947, o Relógio do Apocalipse já foi ajustado 19 vezes.
Fonte: AFP 
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Conheça os efeitos da Copa e da Olimpíada na economia dos países

Infográfico mostra que eventos podem trazer grande retorno econômico, como no caso dos EUA, ou devastar as finanças do país-sede, a exemplo da Grécia

A realização de grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos é um desejo de muitos países, mas esse sonho precisa ser acompanhado de uma grande estratégia que envolva não só o setor público, mas também parcerias em diversas áreas para que o sonho não se transforme rapidamente em um pesadelo com um alto custo que se arrastará por muitos anos, comprometendo as contas públicas e reduzindo a capacidade de investimentos futuros em setores essenciais.
Entre os exemplos bem sucedidos destacam-se os Estados Unidos, com os Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, e em Atlanta 1996, além da Espanha que sediou o evento em 1992. Ambos os países conseguiram ganhos econômicos como saldo da realização desse evento esportivo.
No caso da Copa do Mundo, a Alemanha em 2006, e novamente os Estados Unidos em 1994, são os melhores exemplos de sucesso.
Os Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos EUA,  são considerados os mais bem sucedidos de toda a história da competição, com um lucro de aproximadamente US$ 250 milhões. Amplas parcerias com a iniciativa privada, e um bom retorno com a comercialização dos direitos de transmissão pela TV, venda de ingressos e produtos relacionados ao evento estão entre os vários fatores apontados pelos especialistas.
Em Atlanta, os lucros foram mais modestos, de cerca de US$ 10 milhões, mas ainda assim um sucesso do ponto de vista econômico. Mas a forte dependência da cidade-sede do patrocínio de grandes empresas como a Coca-Cola, cuja matriz fica em Atlanta, fez na época com que muitos críticos considerassem o evento excessivamente comercializado. Segundo esses críticos, a estratégia mais comercial poderia afetar a imagem dos jogos e dos ideais olímpicos.
Na Espanha em 1992, os jogos de Barcelona totalizaram um lucro de aproximadamente US$ 5 milhões segundo estimativas feitas após o evento. Uma cifra pequena, quando comparada aos bilhões investidos durante anos para viabilizar a estrutura necessária para receber os jogos.
Mas o ganho para a população de Barcelona, com a recuperação de áreas degradadas da cidade, como a região portuária, melhoria do sistema de transportes e ganho de qualidade de vida, entram na categoria do chamado ganho intangível, aquele que é visto e sentido pelas pessoas, mas que é difícil de ser mensurado em retorno financeiro direto para o caixa da organização.
Além disso, o incremento com o turismo na cidade e nas regiões próximas continua movimentado até hoje a economia local, mesmo com a forte crise financeira que afeta a Espanha.
Grécia
Já no caso da Grécia, berço dos Jogos Olímpicos, a oportunidade de sediar pela segunda vez o evento na era moderna trouxe prestígio e fez com o que o país revivesse momentos de glória. Mas os altos custos da aventura olímpica e os critérios pouco rígidos com a fiscalização das verbas destinadas à preparação da capital Atenas para sediar o evento em 2004 já sinalizavam o que estava por vir: a grave crise de endividamento que castiga o país e se alastrou por toda a zona do euro, com reflexos em todo o mundo.
Para especialistas, uma combinação de fatores como os investimentos de 9 bilhões de euros, cerca de R$ 21 bilhões, na realização dos Jogos Olímpicos de 2004 e posteriormente à adesão ao euro uma política fiscal frouxa, com pouco controle sobre os gastos públicos, corroeu as bases da economia grega, que desmoronou em 2009. Desde então, o país depende do socorro dos credores e de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) para tentar evitar uma catástrofe generalizada.
A dívida pública grega em 2000 era de 77% do PIB, passou para 110,33% do PIB em 2004. No fim de 2010, a relação dívida/PIB da Grécia era de 144,9%.
Segundo dados divulgados pelo governo grego no fim de 2004, dos cerca de 9 bilhões de euros, quase o dobro do gasto com a realização do Jogos de Sydney, em 2000, cerca de 7 bilhões de euros vieram do governo, que liberou a maior parte dos recursos para investimentos em infraestrutura, em um programa semelhante ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em prática no Brasil.
O país também foi o primeiro a realizar os Jogos Olímpicos depois dos ataques terroristas nos Estados Unidos, em 2001. Esse fato, segundo os especialistas, encareceu muito os custos com segurança para proteger turistas e delegações estrangeiras que participaram do evento.
O orçamento da Olimpíada de Londres, em 2012, é de 9,3 bilhões de libras (cerca de R$ 26 bilhões). A maior parte dos recursos, cerca de 6 bilhões de libras, sairá dos cofres do governo britânico; outros 2 bilhões de libras virão de parte da arrecadação com loteria e o restante, algo próximo de 1bilhão de libras, deverá vir do setor privado.
Para os Jogos no Rio em 2016 o orçamento estava sendo revisto, mas no dossiê da candidatura, o valor total estava estimado em R$ 28,8 bilhões – cerca de R$ 7,5 bilhões a mais do que o custo dos jogos de Atenas, em 2004.
Para Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton Brasil, a história dos Jogos Olímpicos mostra que o caso de Montreal, em 1976, onde o evento foi viabilizado totalmente com dinheiro público, e foram necessários cerca de 30 anos para quitar os investimentos, demonstra a necessidade de parcerias entre o governo e a iniciativa privada para tentar minimizar os impactos nas contas públicas e ampliar os possíveis retornos.
“Em Los Angeles, em 1984, a cidade precisou de poucas intervenções para ser preparada para os jogos”, disse a especialista da Grant Thornton Brasil. “A estrutura estava praticamente pronta. Além disso, houve mais investimento privado do que público e o evento foi um sucesso do ponto de vista do retorno financeiro”, acrescentou.
Segundo Madeleine, em 2004, em Atenas, na Grécia, o caso foi bastante diferente. “Havia uma boa infraestrutura turística. Mas a cidade não estava preparada para receber um grande contingente de pessoas ao mesmo tempo”, disse.
Brasil
Traçando um cenário para o Brasil, tendo como base os exemplos vitoriosos e de fracassos, dentro do atual quadro de retração econômica no mundo, o diretor da área de consultoria esportiva da BDO RCS, Amir Somoggi, avalia que receber no País os dois megaeventos em um período muito curto pode ser uma grande oportunidade, por todos os fatores que podem beneficiar o avanço econômico e social.
Mas ele ressalta que essa oportunidade também embute riscos, caso o País não execute de forma correta seu plano estratégico. “A realidade do Brasil é diferente da Grécia. Temos uma economia muito mais forte e vivemos um momento extremamente positivo, com aumento da renda da população e economia bem mais aquecida que na Europa”, disse Somoggi.
“Mas tenho sérias preocupações quanto ao déficit que o País terá, gerado especialmente pelos altos investimentos realizados, principalmente pelo caráter emergencial das obras, um grave defeito nacional”, acrescentou o especialista.
Para Somoggi, se olharmos o próprio exemplo do Brasil, é preciso evitar a repetição dos erros cometidos com a realização dos Jogos Panamericanos de 2007, que, segundo o especialista, foi um fiasco em termos de investimento, que ficaram centrados apenas nos equipamentos esportivos, e uma grande parte deles não gerou retorno para a cidade do Rio de Janeiro.
“Houve um exagero de gastos e não de investimentos. Isso prova que temos que nos preocupar com o aumento absurdo do orçamento que podemos ver com os dois megaeventos”, disse. “Um bom exemplo são os estádios da Copa de 2014 que podem consumir quase R$ 7 bilhões, um valor completamente fora da realidade brasileira”, completou.
Maracanã, no Rio de Janeiro: estádio está em obras para receber os jogos da Copa de 2014
Visão de longo prazo
Mas a questão central, na avaliação dos especialistas, é que tanto as Olimpíadas como a Copa do Mundo são eventos de sucesso, mas de curta duração. Durante o período de realização do evento, o desempenho de vários setores cresce rapidamente. “Mas é necessário avaliar tudo de um ponto de vista de longo prazo. Passada a euforia do evento, quem vai utilizar essa estrutura”, disse a especialista da Grant Thornton Brasil.
“O endividamento público cresce muito em função desses eventos, em princípio com cerca de 30 anos para amortizar os custos. Por isso é necessário um bom planejamento para maximizar o retorno dos recursos disponíveis”, acrescentou Madeleine.
No caso da África do Sul, não havia uma tradição de turismo forte. Antes da Copa do Mundo, em 2010, o país era associado com o Apartheid, o regime de segregação racial que vigorou por décadas, e com ex-presidente e ex-ativista Nelson Mandela. Depois da Copa, esse cenário mudou e o país passou a ser uma opção mais conhecida no mundo para o turismo.
Por isso, os analistas afirmam que é necessário não pensar só na cidade sede dos eventos, mas planejar o país como um todo, para o longo prazo.
“O Brasil terá 12 sedes para a Copa do Mundo, e essas sedes terão arenas novas. Isso permite a utilização de parcerias com a iniciativa privada para os eventos. É importante ter bom senso para atrair o capital privado”, disse Madeleine, da Grant Thornton Brasil. “Existe também uma oportunidade de mudar a imagem de algumas cidades, como o Rio de Janeiro, que receberá jogos da Copa e a Olimpíada. A cidade é linda e com uma grande vocação para o turismo, mas ainda está muito associada à questão da violência”, acrescentou. 
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