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09 junho, 2012

Resquício da ditadura


Resquícios da ditadura

A realidade é que o capital financeirizado nada de braçadas, enquanto o investimento na educação não é contemplado. O superávit primário (receitas menos despesas, excluídos os juros da dívida) do setor público consolidado – governo federal, estados, municípios e empresas estatais – chegou a R$ 14,24 bilhões, apenas em abril de 2012, segundo dados do Banco Central (BC). Enquanto isso, o investimento médio em Educação, de acordo com dados de 2011, chega a R$ 46,97 bilhões, e isso no período de um ano. Dentro do orçamento anual, o investimento em educação compreende exatos 2,99%, de acordo com a entidade Jubileu Sul Brasil.
Como herança da ditadura militar, os setores privados passam a ganhar espaço e se apropriar da educação pública. Nas décadas de 1960 e 1970, período marcado pela ditadura militar, a participação do setor privado cresceu de 40% até pouco mais do que 60% das matrículas. Após uma década sem aumento dessa participação, a privatização voltou a crescer após 1990, período marcado pela expansão do neoliberalismo, continuando a aumentar ao longo da década seguinte. Chegamos hoje a uma taxa de privatização de 75% do ensino superior.
Essas características estruturais da Educação no Brasil se devem ao modelo de subordinação da economia ao capital financeirizado e à inserção do país na divisão internacional do trabalho.
“A greve é uma oportunidade para colocar o papel da educação diante de uma configuração de projeto de nação, quando a elite abandonou essa perspectiva”, afirma Rafael Villas-Bôas, pesquisador e professor universitário da Universidade Nacional de Brasília (UNB), que descreve o atual modelo de educação do país dentro de uma lógica produtivista a que os professores são submetidos. “Ninguém é contra o crescimento, mas lutamos pelo desenvolvimento. O modelo de universidade como prestadora de serviços não está conectado com um projeto de país, mas articulado com o grande capital nacional e internacional, grande empresas do agronegócio”, afirma.
Por Pedro Carrano
Brasildefato.com.br
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