ASSEMBLEIA GERAL DO SINDSPUMC, NESTE SÁBADO 04/O7 AS 09h NA SEDE SOCIAL DO SINDSPUMC

05 junho, 2012

Lutar por salário sim!


“O salário tem sido mais importante do que a função social do professor de transmitir conhecimento?!?”

Essa foi a postagem de uma ex-aluna, que muito estimo, no facebook em dia de Assembleia da Aduern para discutir a greve que nossa governadora deixou que acontecesse simplesmente porque não cumpriu o acordo firmado com os servidores da Universidade do Estado do RN.
A pergunta de minha ex- aluna me provocou. Às vezes não cedemos às provocações por vários motivos, por educação, por respeito, por preguiça... Mas eu sou daquelas pessoas que dificilmente cala diante de um desafio. Gosto da provocação e vejo nela algo extremamente positivo. A provocação me joga no ring, me obriga a lutar, me tira da apatia da rotina, me permite praticar a construção do argumento contrário, possibilita exercitar o diálogo e por que não dizer, permite educar, opinar, esclarecer, informar...
Por que não lutar por salário? Qual o problema nisso? Alguma vez na história, nós professores, recebemos reajuste salarial por concordata do governo? Por bondade ou sei lá o que? Creio que não! Todo reajuste salarial de professor, seja ele do ensino básico ou superior, vem por greve sim!
Infelizmente! Que bom seria, me permita sonhar, se nossa campanha salarial fosse acolhida com a mesma eficácia presente na hora de aumentar os salários de nossos políticos. Nessa hora eles são bem eficientes! Mas na hora de valorizar o professor vem com aquela história de que temos que trabalhar por amor! Ora, ora, tenho contas a pagar e minhas contas só são pagas em real. Hoje entendo a velha frase tantas vezes repetida por meus pais: “amor não enche barriga!”
Então minha cara e estimada ex aluna, a função social do professor é dar aula por amor? Eu pergunto: qual a função social do médico? Suponho que seja salvar vidas. E por isso ele não deve ser bem remunerado? Nobre profissão, tal qual a nossa, também salvamos vidas. Nossa luta é contra a ignorância, um mal tão nocivo. Quando levo minha filha de 1 ano e 8 meses a Pediatra eu pago R$120,00 pela consulta porque o nosso plano de saúde, infelizmente, não dispõe de profissionais competentes nessa área. Eu não questiono sobre a função social dela, pago satisfeita porque sei da importância dos conhecimentos médicos dela.
Qual seria a função social de um juiz? Ser justo? E de um desembargador? A honestidade, a retidão?
É isso que vemos? Qual a função social de um político senão exercer a construção coletiva do bem comum? É assim que tem sido? Não podemos alterar nossos salários como fazem nossos políticos e dependemos deles para isso. Acreditamos que uma vez acordado como foi no ofício de n° 1.699/2011- SEARH de 15 de agosto de 2011, tudo estava ok. Confiamos na palavra da governadora quando em entrevista a um jornalista em Mossoró disse que o reajuste dos servidores da UERN “já é lei!” Mas, passados 8 meses, não foi bem isso que aconteceu. Então somos nós, professores, os errados da história? Somos nós que queremos greve? Não, quem quer greve é quem não cumpre os acordos que são firmados. Quem quer greve é quem não tem compromisso com a educação. Quem quer greve é quem não respeita o professor! Todo trabalho deve ser remunerado e por que com nós, profissionais da educação tem que ser diferente? Por isso não me venham com essa história bonita de função social, estamos em greve sim e por salário!
Márcia Pinto, professora do departamento de Comunicação Social da UERN
Fonte: Gazeta do Oeste/19.05.12
Gilv@n Vi@n@

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