Programa de expansão de vagas de graduação vai priorizar universidades do Norte e Nordeste
O Ministério da Educação vai criar 2.415 mil novas vagas de Medicina em universidades federais e particulares a partir do segundo semestre de 2012. A prioridade será ampliar os cursos de instituições do Norte e Nordeste. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o objetivo do projeto é melhorar a distribuição dos médicos pelo País, estimulando a interiorização deles.
Mercadante anunciou detalhes do projeto, em estudo desde o ano passado, na tarde desta terça-feira. Segundo ele, o Brasil tem poucos médicos para o tamanho da população (1,8 médico por mil habitantes). A proporção é inferior à de países como Estados Unidos (2,4), Alemanha (3,6), Uruguai (3,7) e Cuba (6,4). O governo federal quer chegar a 2,5 médicos por mil habitantes até 2020.
Além da ampliação de 355 vagas em cursos já existentes nas instituições federais, as 21 universidades que ainda não oferecem a graduação passarão a fazê-lo. Outras 1260 vagas serão criadas em cursos novos públicos. As regiões Norte e Nordeste serão priorizadas recebendo 1085 vagas novas em federais.
O Ministério da Educação também vai autorizar a criação de 800 vagas em cursos da rede privada, segundo que 280 delas ficarão no Norte e Nordeste. O Estado que mais ampliará a oferta é Minas Gerais, com 240 novas vagas. São Paulo aparece na sequência com 220.
O ministro garante que a ampliação só ocorrerá em instituições que demonstrarem capacidade de ampliação do curso e tiverem pareceres favoráveis do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho Nacional de Educação.
“Uma parcela grande da população tem dificuldade grande de acesso à consulta médica. Há problemas de oferta e distribuição de médicos. Nós vamos agir no que nos cabe, que é ampliar a oferta. Mas não abriremos mão da qualidade”.
Estudo
De acordo com Mercadante, o MEC considerou a capacidade de atendimento das universidades e dos hospitais-escola para receber os novos estudantes. Um estudo feito pela pasta mostrou que, cada aluno, precisa ter acesso a cinco leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) – além de supervisão de profissionais experientes – para ter uma boa formação.
Isso significa que antes da oferta das vagas as instituições terão que demonstrar que têm hospitais escolas que garantam essa exigência. O ministro diz que o governo federal buscará parcerias com hospitais de excelência em todo o País, como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein, para ajudar as instituições na formação desses estudantes.
A expectativa é que, até o segundo semestre, metade das vagas em instituições privadas já esteja aberta e 30% das públicas. As restantes serão criadas só no final de 2013. Pelas contas do ministro será necessário contratar para as federais 1618 professores para colocar o plano em prática. O investimento inicial para expandir os cursos vai custar R$ 399 milhões e para manter as novas vagas será necessário R$ 542 milhões por ano.
Resistência
A necessidade aumentar o número de médicos no País gera controvérsias entre entidades do setor, médicos e estudantes de Medicina. Para muitos, formar mais profissionais não resolverá o principal problema: a distribuição dos profissionais no Brasil. O Conselho Federal de Medicina (CFM) já divulgou análises sobre o tema e defende reestruturação da carreira para sanar a dificuldade.
Fonte: Priscilla Borges - iG Brasília
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