De acordo com Boletim Focus, do Banco Central, analistas mantiveram a perspectiva para a Selic em 7,25% no final deste ano; atualmente a taxa está na mínima histórica de 8% ao ano
Após recorrentes sinais de aceleração dos preços, o mercado elevou
pela sexta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, e reduziu a
perspectiva para o crescimento da economia mesmo diante de dados
recentes indicando uma recuperação da atividade, mostrou pesquisa Focus
do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Em relação à política monetária, os analistas consultados
mantiveram a visão de mais afrouxamento neste ano. A perspectiva é de
que a Selic, atualmente na mínima recorde de 8%, termine o ano a 7,25%,
visão inalterada ante a semana passada. Para 2013, a projeção foi
reduzida para 8,38%, ante 8,50% anteriormente.
Ainda, os analistas mantiveram a expectativa de mais uma
redução de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião dos dias 28 e 29 de
agosto do Comitê de Política Monetária (Copom), para 7,50%.
Segundo a pesquisa, as estimativas para o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano apontam para alta de
5,15%, ante 5,11% no período anterior. Para 2013, os especialistas
mantiveram a projeção em 5,50%.
Com isso, o mercado vê a inflação se afastando ainda mais
do centro da meta oficial, de 4,5%, impulsionada pela contínua
aceleração dos indicadores de inflação nas últimas semanas. Nesta
segunda-feira, por exemplo, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M)
acelerou para uma alta de 1,38% na segunda prévia de agosto, ante
elevação de 1,11% no mesmo período de julho.
O governo afirma que esse cenário sobre os preços não preocupa, pois considera que a alta é pontual e passageira.
Crescimento
Os analistas consultados na pesquisa do BC ainda
reduziram pela terceira vez a previsão de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB). O Focus mostrou agora que eles preveem um crescimento de
1,75% em 2012, ante 1,81% na semana passada. Para 2013, a estimativa foi
mantida em 4%.
Isso se deu apesar de dados na semana passada apontando para uma recuperação da atividade no segundo trimestre.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central
(IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno
Bruto (PIB), subiu 0,75% no mês frente a maio, encerrando o segundo
trimestre com alta de 0,38% ante o primeiro.
Já as vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao
registrar alta de 1,5% em junho ante maio, muito acima da expectativa do
mercado de recuo de 0,3%.
Após esses dados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
chegou a afirmar na sexta-feira que a recuperação da economia brasileira
tinha se tornado cada vez mais nítida.
A pesquisa Focus desta segunda-feira indicou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano em R$ 2.
Fonte: Reuters
Gilv@n Vi@n@
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