ASSEMBLEIA GERAL DO SINDSPUMC, NESTE SÁBADO 04/O7 AS 09h NA SEDE SOCIAL DO SINDSPUMC

05 agosto, 2012

Doentes crônicos são mais suscetíveis à depressão

Agência Notisa - O artigo "Associação entre depressão e doenças crônicas: um estudo populacional" afirma que a prevalência de depressão é mais elevada entre as pessoas com maior número de doenças crônicas. O estudo foi realizado com 1.720 adultos, de 20 a 59 anos, em Florianópolis. O estudo ainda será publicado na Revista de Saúde Pública e os seus autores são Antonio Fernando Boing e colegas do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina. 
Doença é mais comum entre as mulheres e quem vive sozinho

De acordo com os autores, a depressão é elevada e crescente nas populações de todos os continentes e ela produz graves impactos, por isso já é "um dos mais sérios problemas de saúde pública no início do século 21". Eles afirmam que, em 2004, a depressão era apontada como a terceira principal causa de anos de vida perdidos por incapacidade em todo o mundo (4,3%). Além disso, ocupava a primeira posição entre as causas de anos vividos com incapacidade, sendo as mulheres as maiores atingidas com prevalência de 13,4% contra 8,3% nos homens no mesmo período.  
Os especialistas informam que pessoas depressivas "apresentam maiores gastos em saúde, incapacidade para o trabalho, menor aderência a tratamentos prescritos e risco mais elevado de mortalidade pós-cirurgia cardíaca". A depressão na sociedade também causa impactos na economia e eles são considerados graves, já que os gastos chegaram a 118 bilhões de euros na Europa em 2004, exemplificaram no estudo. Os autores garantem que esses gastos são equivalentes a 1% da economia do continente. 
Para os autores, a prevalência de depressão ocorre de forma desigual na população. Estudos apontam que a depressão é mais comum entre "as mulheres, os mais jovens, os mais desprivilegiados economicamente e os que vivem sem companheiro/a", afirmam no artigo. Em relação às doenças crônicas, eles informam que há associação, pois "pessoas com depressão podem apresentar alterações biológicas com potencial de aumentar os riscos de desenvolvê-las". Além disso, existem as limitações diárias dos doentes crônicos que podem aumentar as chances de depressão, acrescentam.
Durante a pesquisa, os autores observaram que a prevalência de depressão foi de 16,2% na amostra e pessoas com uma doença crônica apresentavam frequência de 1,58 vezes maior em comparação aqueles sem doença. Por outro lado, a comparação entre as pessoas sem qualquer doença crônica com os adultos com duas ou mais doenças apresentou prevalência 209% maior de depressão, notaram. Eles relatam que a prevalência de depressão foi mais elevada, durante a pesquisa, entre "mulheres, nos mais idosos, nos viúvos ou separados, nos mais pobres, entre os que não praticam atividades físicas no lazer, que consultaram médico nas duas últimas semanas e naqueles hospitalizados no último ano". 
Os autores concluem que é essencial que os profissionais e serviços de saúde planejem políticas e ações específicas para os pacientes depressivos, devido a forte associação entre depressão e doenças crônicas, além da evidência de que pessoas com depressão apresentam piores desfechos para essas doenças. Os autores descrevem que intervenções como "aconselhamento telefônico focado a esses pacientes", acompanhamento pelos profissionais da atenção primária e até administração farmacológica - quando for indicada - podem apresentar resultados positivos no manejo da doença. Além disso, eles insistem que esse grupo necessita de "especial atenção por parte de profissionais de saúde, serviços e formuladores de políticas em relação ao seu acompanhamento."
Gilv@n vi@n@

Nenhum comentário: