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26 abril, 2012

Médicos realizam paralisação de advertência

Presidente da Associação Médica, Álvaro Barros, e do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, coordenaram a programação de protesto cumprida desde o início da manhã e que incluiu audiência na AL

Os médicos que atendem aos planos de saúde fizeram uma paralisação nacional de advertência em virtude do baixo valor pago pelos planos de saúde, por consultas e procedimentos médicos. Porém, a situação também é grave no serviço público desenvolvido no Estado e municípios.  O presidente da Associação Médica, Álvaro Barros, disse que o foco também é a precariedade com que os planos de saúde tratam o usuário. Na manhã de  ontem houve uma audiência na Assembléia Legislativa sobre o tema. Durante todo o dia, apenas os casos de urgência estão sendo atendidos na rede privada.
“Existe uma dificuldade para os médicos e para os usuários no que se refere ao setor privado. O usuário marca uma consulta às vezes aguardando dois, três meses. O médico pede exames e acaba tendo que submeter o paciente a uma cirurgia. O usuário então tem que levar para o auditor do plano, que avalia a situação. Pacientemente o cliente espera a liberação da cirurgia, passando por diversos constrangimentos até que a autorização seja efetivada”, conta.
Álvaro Barros disse que a advertência que os médicos fazem ontem diz respeito também ao baixo valor que é pago aos profissionais. “Tem plano que não paga 50 reais por uma consulta. Fica pelos 40 reais. Para se ter uma ideia numa cirurgia de marca passo o médico recebe 300 reais, os que fazem partos, recebem 200 reais por cirurgia”, informa.
Conforme Barros nos últimos anos os planos de saúde tiveram um reajuste de 130% para o usuário, mas as atividades médicas foram reajustadas em 40%. Ele não informou especificamente em quantos anos aconteceu esta variação.
“Este movimento nacional é um marco. A situação é tão grave que médico pediatra não ganha dos planos o suficiente para ter um consultório, levando em consideração apenas às consultas. Se aumentar o número de atendimento, para poder cobrir as despesas, a qualidade deste atendimento cairá”, conta o presidente da Associação Médica.
Álvaro Barros informa que para a manutenção de uma relação justa entre os planos de saúde e os médicos, os profissionais deveriam receber atualmente, pelo menos, 80 reais por consulta, das operadoras. “Os procedimentos médicos precisariam ter um reajuste de pelo menos 60%, inicialmente”, adianta.  Os médicos gostariam que as tabelas pagas pelos planos de saúde obedecessem a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) cujo valor de uma consulta é de 80 reais.
Na programação da manhã de ontem, uma mobilização na praça Sete de Setembro, seguida de uma audiência na Assembleia Legislativa. O resultado deste debate será encaminhada ao comando nacional da Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e a noite foi realizada uma nova assembléia para deliberar sobre a deflagração de  uma greve por melhores condições de trabalho e de salários na rede privada.
“A situação está tão difícil  que os médicos estão pedindo descredenciamento dos planos de saúde, o que prejudica os usuários”, ressalta o presidente da Associação Médica, Álvaro Barros.
“Hoje quem precisar da urgência médica pode ir a qualquer hospital particular com sua carteira do plano de saúde que terá o atendimento normal”, diz Álvaro. Ele também lembrou que os problemas nos planos de saúde são graves, conseqüência disso é a queda na qualidade do atendimento aos clientes que também acabam tendo que esperar muito tempo pela consulta, semelhante ao período de espera registrado no SUS.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira, ressalta que  no serviço público os médicos também são mal remunerados. “Para ganhar onze mil reais, o profissional tem que ter 35 anos de serviço”, conta.
Geraldo contou que no interior do Estado o médico ganha por produção, não tem plano de carreira, não entra por concurso, não tem estrutura para atender os pacientes nem para realizar determinados tipos de exames. Na capital também existem problemas parte das unidades de saúde da família.
“Nós protestamos contra a baixa remuneração, contra a limitação do exercício profissional, por exemplo, quando pedimos um exame o paciente enfrenta uma verdadeira batalha para conseguir fazer pelo SUS. Ele entra numa fila e aguarda muitas vezes semanas ou meses para realizar e mais um longo período para conseguir retornar ao médico”, denuncia o presidente do Sinmed/RN.
A respeito da situação dos planos de saúde, Geraldo Ferreira é enfático: “A saúde pública enfrenta uma situação muito difícil. O plano de saúde ainda é um objeto de desejo de muita gente, mas se o problema não for resolvido, a situação vai se tornar ainda mais precária. Nós estamos aqui hoje lutando pela dignidade profissional”.
Uma solução para a Sistema Único de Saúde, segundo o presidente do Sinmed ainda está longe de acontecer, isto porque os valores pleiteados pelos médicos ainda estão longe dos valores atualmente pagos. No início da carreira um médico na rede pública recebe R$ 5,5 mil. “O número de profissionais na rede pública é aquém à demanda, tem ainda muita coisa a ser feita” informa.
Fonte: jh/rn.gov.br
Gilv@n Vi@n@

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