O caso é o maior da história do Supremo e deve ser concluído no fim de setembro ou se estender até o início de outubro
Ministros do STF são obrigados a dar expediente 'extra' por conta do maior julgamento da história do STF |
O
julgamento do mensalão
entra nesta quarta-feira (29) em seu 16º dia e já pode ser considerado o
caso mais extenso já julgado em toda a história do Supremo Tribunal
Federal (STF). Nem mesmo debates sobre questões consideradas mais
polêmicas, como o aborto de anencéfalos, demandaram tanto tempo.
Existe hoje no Supremo uma preocupação com a extensão
deste julgamento. Os ministros reclamam que, por conta de um processo
específico, eles foram obrigados a diminuir o ritmo de análise de outros
casos ou precisam dar “expediente extra” pela noite para dar seguimento
à tramitação de outros processos em curso na Suprema Corte.
A Corte demorou duas sessões para autorizar o aborto
nesses casos e outras três para liberar a aplicação a Lei da Ficha Limpa
nas eleições municipais deste ano. A legalização da união estável
homafetiva levou duas sessões e a autorização para pesquisas com
células-tronco embrionárias três. Esse último caso, foi considerado pelo
decano do Supremo, o ministro Celso de Mello, o mais importante julgado
nos últimos anos no STF.
Em 1994, quando o ex-presidente Fernando Collor de Mello
foi julgado pelo Supremo, os ministros demoraram quatro sessões para dar
um veredicto. Na época, a favor da absolvição de Collor. Em outros
julgamentos importantes, o Supremo demorou no máximo cinco sessões para
dar uma decisão.
Nas primeiras projeções do presidente da corte, Ayres
Britto, o julgamento do mensalão demoraria em torno de 24 sessões entre
os meses de agosto e setembro. Hoje, fala-se nos bastidores que o caso
pode se estender até o início de outubro, dependendo dos novos debates
dos ministros. Na prática, o julgamento do mensalão vai consumir até dez
vezes mais sessões que outros embates considerados pelos próprios
ministros mais polêmicos e mais “relevantes para a sociedade”, conforme o
ministro Marco Aurélio de Mello.
O relator do processo, Joaquim Barbosa, admite que os
votos dos demais ministros na sessão de segunda-feira ajudaram a dar
celeridade no julgamento. Ele projetou para o final de setembro o
término do julgamento. Essa primeira fase, relacionada à participação do
deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara dos
Deputados; do publicitário Marcos Valério, suposto operador do mensalão;
dos seus sócios na época Ramon Hollerbach e Cristiano Paz; e do
ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato no
mensalão é considerada a fase mais complexa do julgamento, pelos
próprios ministros do Supremo.
Nesta quarta-feira, o ministro Cezar Peluso dará seu voto
em relação a esses cinco indiciados. Existe ainda uma dúvida se ele vai
se pronunciar com relação aos outros 32 acusados, o chamado voto
antecipado. Também devem falar nesta quarta-feira ou na quinta, os
ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres
Britto. A expectativa é que essa primeira fase termine essa semana. Mas
ela também pode ser concluída nesta quarta-feira, caso Peluso se
pronuncie apenas em relação aos cinco primeiros réus.
Fonte:
- iG Brasília
Gilv@n Vi@n@
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