Ministro do Esporte mostrou preocupação com projetos que ainda não saíram do papel
Aldo (centro) está em Londres para ver estrutura local de perto |
O Brasil não terá concluído toda a infraestrutura quando sediar a Copa do Mundo de 2014, mas o país estará em condições de receber centenas de milhares de visitantes para o torneio, disse nesta terça-feira o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Em Londres para as Olimpíadas, Aldo disse que está conversando com patrocinadores e organizadores locais para garantir que os povos indígenas e os pobres não fiquem de fora da Copa no país que já venceu o torneio cinco vezes.
O Brasil sediará os dois maiores eventos do mundo esportivo em um intervalo de dois anos: o Rio de Janeiro será a sede das Olimpíadas em 2016.
"Faremos tudo para garantir que as pessoas que venham à Copa do Mundo tenham uma garantia de segurança, de conforto, de mobilidade dentro dessas 12 cidades sede", disse Aldo à Reuters, falando com a ajuda de um intérprete.
"Parte da infraestrutura não estará completamente pronta porque esse é um processo em andamento. Continuamos construindo o país", acrescentou.
Um relatório do Ministério do Esporte publicado em maio informou que 41 dos 101 projetos ligados à Copa do Mundo ainda não saíram do papel. A preocupação é de que aeroportos, rodovias e outros esquemas de trânsito façam face às multidões.
Aldo afirmou que a empresa francesa Accor está investindo 2,5 bilhões de dólares na construção de hotéis no Brasil até 2015, acrescentando que haverá lugar para todos os torcedores brasileiros e estrangeiros nas cidades sede.
Comunista que assumiu o cargo no ano passado, ele afirmou que a cúpula ambiental Rio+20 ocorrida recentemente no Rio de Janeiro mostrou que a cidade pode lidar com eventos de grande escala.
Lugar para os pobres
Apesar de sua emergência como uma potência econômica, o Brasil permanece sendo um país onde há uma grande diferença entre ricos e pobres.
Aldo afirmou que é vital que a população diversa do país tenha acesso às partidas da Copa do Mundo, e que os ingressos não sejam monopolizados pela classe média e pelos clientes corporativos.
"Eu já coloquei essa questão com os organizadores, com os patrocinadores; assim, uma solução adequada pode ser encontrada para que essas pessoas possam de fato ter acesso aos estádios", afirmou.
"Em outras palavras, as partes mais pobres da população também têm de participar dessa grande festa. Eles não podem ser excluídos do banquete que será a Copa do Mundo de Futebol."
Aldo rebateu as críticas de que alguns dos estádios virarão um elefante branco após o fim do torneio porque estão em cidades sem times grandes.
"Os estádios não serão usados apenas para a Copa do Mundo", disse. "A maioria dos estádios novos em construção tem propósitos múltiplos, assim o lugar será usado para outros eventos."
Ele fez um paralelo com Wembley, sede da seleção inglesa de futebol e local para finais de torneios anuais.
"Em Londres, você tem um exemplo muito bom, o belo Wembley Stadium, que não tem muitas partidas de futebol durante o ano, mas vive de eventos."
Fonte: Reuters
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