Após reunião tensa, com três de quatro entidades representantes dos docentes federais contra proposta do Planalto, aumento de R$ 4,2 bilhões é protocolado. Mas greve segue
Greve dos professores das universidades federais |
Após uma reunião com direito a bate boca a portas fechadas entre representantes do governo e dos professores universitários e de institutos tecnológicos federais, em greve há 77 dias, foi fechado o acordo formalizando um aumento salarial escalonado de 25% a 40% para os docentes entre 2013 a 2015.
O governo forçou o fim da negociação nesta quarta-feira (1º) sinalizando que irá descontar os dias não trabalhados. “Já mandamos uma ‘comunica’ [comunicação interna] recomendado o corte do ponto de grevistas do serviço público federal”, afirmou o secretário de relações de trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
Principal articulador do governo, Mendonça conduziu as negociações afirmando que o governo havia chegado “ao limite do que achamos adequado”. “Foi um longo processo de negociação. O governo recuou, cedeu e neste momento achamos que a proposta é adequada para os professores”, afirmou.
A presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, rebateu afirmando que a greve segue ativa. “O governo não está assinando um acordo com a base docente. Vamos intensificar mais o processo [de greve]. Vamos ver quem tem mais força política”, disse sobre a segunda oferta feita na semana passada .
Apenas o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) aceitou a proposta do governo, após fazer uma consulta eletrônica em seu site sobre a greve em seu site. Dos 5.222 mil professores participantes, de 43 Universidades e Institutos federais, 3.962 (74.3%) foram favoráveis ao reajuste e 1.322 (25,3%) contrários. Trinta (0,6%) docentes não se manifestaram. Para o presidente da entidade, Eduardo Rolim, era a hora de aceitar o acordo para encerrar a greve. “Acreditamos que o processo negocial tem etapas que avançam. O momento agora era de avançar e foi isso que fizemos”, disse.
O Proifes e o governo assinam o acordo amanhã. O documento será base do projeto de lei que o governo encaminhará para aprovação do Congresso Nacional até 31 de agosto, quando vence o prazo para votação do orçamento federal de 2013.
Racha não reconhecido
O fato de assinar um acordo com apenas uma base pequena dos cerca de 143 mil professores ativos e inativos do serviço de educação superior federal foi minimizado pelo secretário Sérgio Mendonça.
O Andes, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) rebateram, afirmando que faltou flexibilidade por parte do governo para ampliar os temas em debate.
Entre os pontos indicados como não atendidos está a reestruturação da carreira universitária. O governo se comprometeu a reduzir de 17 para 13 o número as categorias de carreiras para os professores. Os sindicatos defendem a criação de apenas um estágio, eliminando cargos como professor-adjunto e professor-assistente. “O governo do Mensalão acaba de fazer uma nova mancha na sua história”, afirmou o coordenador-geral do Sinasefe, Gutenberg de Almeida.
Apesar dos protestos e da promessa de continuidade da greve, os representantes do governo se mostram confiantes no fim da greve para o início das aulas nos próximos dias. “Esperamos que a comunidade acadêmica possa ver o avanço [da proposta] e rever [a posição]”, declarou o secretário de educação superior do Ministério da Educação, Amaro Lins.
Fonte:
iG Brasília
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