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31 julho, 2012

Crescimento de planos privados prejudica saúde pública

Para presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Ana Maria Costa, sociedade deve se mobilizar pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde
Ana Maria Costa - Foto: Arquivo Pessoal

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou, em 10 de julho, a suspensão de 268 planos de saúde comercializados por 37 operadoras. O motivo foi o desrespeito aos prazos máximos de atendimento aos usuários, conforme a Resolução Normativa 259 da ANS.
As empresas terão até setembro para se adequarem aos prazos que variam conforme a especialidade médica. Para as consultas básicas, o cliente deve esperar no máximo por sete dias úteis para conseguir o atendimento. Para outras especialidades o prazo é 14 dias e para procedimentos de alta complexidade, 21 dias.
A suspensão foi motivada, segundo a ANS, pelo número de reclamações de usuários que chegaram ao órgão. De 19 de março a 18 de junho, foram 4.682 queixas por causa do não cumprimento dos prazos.
O crescimento do setor privado de saúde e, sobretudo, sua má qualidade, são preocupações de especialistas e defensores da saúde pública. Para a médica e presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Ana Maria Costa, não se pode mais falar em apenas um sistema único hoje. “A sociedade brasileira não pode mais fingir que nós temos um sistema único. O sistema já não é único. O sistema privado hoje cobre uma parcela de acima de 30% da população”, afirma.
O crescimento dos planos de saúde privados avança. Segundo o último Caderno de Informação da Saúde Suplementar da ANS, o primeiro trimestre de 2012 encerrou-se com o registro de 47,9 milhões de vínculos de beneficiários a planos de assistência médica. Em dezembro de 2000, esse número era de 30,7 milhões.
Em 2011, o mercado dos planos de saúde teve um faturamento de R$ 83,4 bilhões, o que representa um crescimento de 11,7% quando comparado a 2010. Na avaliação de Ana Maria, é preciso frear, com urgência, o crescimento da saúde privada, principal responsável pela fragilização do Sistema Único de Saúde. Ao mesmo tempo, ela reforça a necessidade de voltar as atenções à saúde pública, por meio de mais investimentos.
Fonte: Patrícia Benvenuti,
da Redação - Brasil de fato
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