Pesquisa brasileira sobre um novo tipo de doença, a tireoidite
química autoimune, foi aceita para publicação em um dos periódicos mais
conceituados sobre imunologia, o Journal of Clinical Immunology. O
estudo, da professora de endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC
(FMABC), em Santo André (SP), Maria Angela Zaccarelli Marino, analisou,
durante 15 anos, moradores da capital paulista e de quatro cidades do
Grande ABC. Ao todo foram avaliados mais de seis mil pacientes e o
resultado sugere a descoberta do novo tipo de doença.
A pesquisa teve início após a constatação de muitos casos de
tireoidite crônica autoimune na região da divisa entre Santo André, Mauá
e São Paulo, onde estão instaladas indústrias do setor petroquímico. Os
moradores estudados, de 1989 a 2004, foram acompanhados por consultas
médicas e exames laboratoriais de sangue com dosagens dos hormônios
tireoidianos.
Os resultados levaram a pesquisadora a sugerir o novo tipo de doença:
a tireoidite química autoimune, ligada a fatores ambientais,
principalmente à poluição por agentes químicos. “A poluição pode ser o
fator desencadeante para formação de anticorpos antitireoideanos, que
são substâncias que agridem a glândula tireoide ocasionando a tireoidite
crônica autoimune. Os poluentes funcionariam como gatilho para
desencadear o problema”, detalha Dra. Maria Angela.
A pesquisadora alerta que a tireoidite crônica autoimune está
relacionada com outras doenças autoimunes, como a esclerose múltipla,
artrite reumatoide, diabetes tipo 1, hepatite crônica autoimune,
vitiligo e lúpus eritematoso sistêmico.
Gilv@n Vi@n@
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