Mudança no Brasil foi confirmada pelos dados dos primeiros quatro meses do ano e segue tendência de economias desenvolvidas
A internet superou os jornais e assumiu o posto de segundo meio preferido para investimentos publicitários no Brasil no primeiro quadrimestre do ano. A participação de portais de notícias, sites de busca e de comparação de preços no período alcançou 11,98% das receitas totais. Os jornais impressos ficaram com 11,06% de um bolo publicitário estimado em R$ 6,5 bilhões.
Ao se consolidar como a segunda maior mídia do Brasil, a internet confirma a rápida ascensão, na esteira da popularização da banda larga: no início de 2010 ela recebeu mais investimentos de publicidade que as TVs a cabo e as rádios e no final daquele ano superou o meio revista. Agora, ao passar os jornais, ela perde apenas para a TV aberta, líder com 60,63% do mercado total de publicidade.
Os dados são do IAB-Brasil, associação que reúne os principais sites e portais de internet do país, além de empresas de tecnologia e agências voltadas ao meio digital. Eles confirmam uma irreversível tendência mundial. Lá fora, em todos os grandes mercados nos quais a banda larga atingiu mais de 40% da população, as verbas publicitárias passaram a migrar de forma acelerada para a internet. Foi assim no Japão, Inglaterra e Estados Unidos, países nos quais a mídia digital responde de 20% a até mais de 30% do bolo publicitário total.
No Brasil, a internet alcança atualmente 82,4 milhões de pessoas com mais de 16 anos de idade. Ou seja, os quase 12% de investimentos registrados no primeiro quadrimestre indicam também que, se um patamar importante foi alcançado ao superar os jornais, o Brasil, apesar de já ter uma penetração de internet semelhante a de países desenvolvidos, ainda tem espaço para chegar aos mais de 20% de share.
“O investimento publicitário na internet vem crescendo de 35% a 40% ao ano”, explica Ari Meneghini, diretor executivo do IAB Brasil. E esses percentuais não incluem os crescentes investimentos em publicidade em mídias sociais e parte do mercado de anúncios classificados, acrescenta.
O cálculo feito pelo IAB Brasil para estimar a participação do meio internet no conjunto do bolo publicitário leva em consideração principalmente investimentos feitos em sites de busca, em site de comparação de preços e em displays de grande portais de notícia, como o iG. O termo display é usado no mercado para denominar um conjunto de 146 formatos padrão de anúncios, que inclui desde banners tradicionais até vídeos publicitários de poucos segundos veiculados antes dos vídeos de conteúdo.
No Brasil, no ano passado, os investimentos em displays, contabilizados pelo projeto Intermeios, somaram R$ 1,45 bilhão. Em sites de buscas e comparação de preços foi investido outro R$ 1,88 bilhão, segundo levantamento realizado pelo próprio IAB Brasil junto a companhias como Google, Yahoo! Brasil, MSN e Buscapé.
Perspectiva
Para este ano, a perspectiva é de que os investimentos em displays alcancem R$ 1,8 bilhão e, em busca, batam na casa dos R$ 2,8 bilhões. “O rio corre para o mar, não tem jeito”, diz Beto Gerosa, Publisher do iG. “A internet vai crescer continuamente”.
Mantido o ritmo de crescimento projetado pelo IAB Brasil, a internet deverá terminar o ano com R$ 4,6 bilhões em investimentos publicitários e participação de 13,7% no conjunto dos investimentos totais. É um percentual ainda distante do que têm as TVs. Mas esta, segundo Meneghini, é uma questão pouco relevante. “A interação entre os dois meios tem crescido e será cada vez mais forte”, afirma o dirigente.
Fonte: iG / SP
Gilv@n Vi@n@
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