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06 agosto, 2011

Meio Ambiente "Sociedade pagará alto custo da recomposição ambiental"

Na CRA, procurador da Fazenda Nacional afirma que somente para adquirir as mudas de espécies nativas para recuperar áreas degradadas seriam necessários R$ 380 bilhões
Edson Martins, Luís Carlos Silva Moraes, Ana Amélia, Antônio da Luz, Devanir Garcia dos Santos e Anselmo de Jesus na CRA
 A conta da recomposição ambiental de áreas produtivas será paga pela sociedade, "ou por meio de tributos, ou pelo aumento de preços dos alimentos", afirmou o procurador da Fazenda Nacional Luís Carlos Silva de Moraes.
Ele lembrou que, de acordo com a legislação atual, o poder público deve dar as mudas de espécies nativas para recuperar áreas degradadas. Só para isso, seriam necessários R$ 380 bilhões, disse. Para ele, o novo Código Florestal pode aliviar a situação, mas não vai resolvê-la.
Moraes fez a afirmação durante debate na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) sobre o projeto de novo Código Florestal (PLC 30/11).
Na audiência, o procurador disse que o Brasil tem 58% de vegetação nativa e que o "grande problema é o que fazer com essa terra". Moraes citou estudos que mostram que a concentração populacional coincide com as regiões com mais necessidade de recomposição ambiental. Para ele, é preciso "engenharia de produção" e urgência na aplicação de medidas.
Ana Amélia (PP-RS), que requereu o debate, lembrou que um possível êxodo rural em grandes proporções pode prejudicar o consumidor urbano, já que os alimentos e outros produtos primários vêm do campo.
A senadora apresentou a preocupação quando Edson Martins, representante da Confederação Nacional de Municípios (CNM), disse que o atual Código Florestal pode comprometer vários setores do campo — desde a produção de arroz até a criação de búfalos —, que, em algumas situações, estariam hoje ilegais. O representante da CNM disse que, mantida a atual legislação, 5 milhões de pessoas podem migrar para a zona urbana, com grande impacto nos municípios. Martins ainda afirmou que o novo código poderia resolver a situação, trazendo para a legalidade várias atividades rurais.
Alimentos
O assessor econômico da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) Antônio da Luz afirmou que a demanda mundial por alimentos vai aumentar muito nas próximas décadas e o Brasil "pode ser o diferencial entre o conflito e a paz", pois tem uma condição rara para produzir.
No Rio Grande do Sul, informou Antônio da Luz, 95% da produção agrícola trabalha com captação de carbono, que por meios naturais ou artificiais diminui o efeito estufa e o aquecimento global.
O secretário de Agricultura de Rondônia, Anselmo de Jesus, disse que o atual código comete "várias injustiças com o agricultor", como o limite de exploração de apenas 20% da propriedade familiar na Floresta Amazônica.
O gerente de Uso Sustentável da Água e do Solo da Agência Nacional de Águas (ANA), Devanir Garcia dos Santos, lembrou que 18% da água potável do mundo está no Brasil e afirmou que a quantidade e a qualidade da água estão diretamente relacionadas com a condição e a preservação do solo.
— O problema não é produzir ou deixar de produzir, mas produzir adequadamente — disse.
O gerente da ANA ainda defendeu a manutenção de 30 metros de mata ciliar, como prevê o novo Código Florestal, e de 50 metros de mata nativa na área de nascente. Porém, criticou o novo código pela previsão de possibilidade de redução de metragem de preservação de área nativa e por possibilitar anistia a quem desmatou. 
Fonte: senado.gov.br
Gilv@n Vi@n@ 

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