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03 agosto, 2011

Futuro médico terá bônus na residência se atuar na rede pública

Proposta avaliada pelo MEC e entidades médicas é dar entre 5% e 10% na nota para quem trabalhar nas unidades de atenção básica

Os estudantes recém-formados em medicina estão prestes a ganhar um incentivo para trabalhar na rede pública antes de se especializarem. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quer que os futuros médicos atuem entre um e dois anos nas unidades de atenção básica à saúde, como o Programa Saúde da Família, antes de prestarem provas de residência médica, programas que tornam os médicos especialistas em diferentes áreas.
Padilha apresentou, na última quinta-feira, a proposta à Comissão Nacional de Residência Médica – que reúne servidores do Ministério da Educação e representantes de entidades médicas. Em entrevista exclusiva ao iG, o ministro contou detalhes do projeto: os recém-formados que adiarem a especialização e passarem, pelo menos, um ano em unidades de saúde de atenção básica à população ganharão bônus nas provas de residência depois.
O programa concederia entre 5% e 10% de bônus nas notas das provas para quem atuar um ano na rede pública e até 20% para quem trabalhar dois anos. “Hoje, quando o candidato faz a prova de residência, se leva em conta a prova teórica, o currículo, a participação dele em congressos, os trabalhos publicados. O fato de ele ter ficado um período na atenção básica, sob a supervisão do Ministério da Saúde, poderia contar também”, afirmou Padilha.
Segundo o ministro, a proposta foi bem aceita, mas precisará ser mais discutida pela comissão. O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital Corrêa Lima, acredita que o projeto pode ser bastante positivo para formação dos futuros médicos. Para isso, ele ressalta, é preciso ajudar os recém-formados, com suporte de centros de referência e de telemedicina. “Temos de garantir proteção aos egressos das faculdades nesse momento”, diz.
A outra proposta apresentada pelo ministro é chamada de Pró-Residência. O objetivo é investir recursos do Ministério da Saúde na formação de especialistas da área médica que estão escassos no País. Segundo Padilha, um censo nacional para identificar as necessidades médicas será feito para identificar onde e quais são as áreas que precisam de profissionais. “Queremos que a expansão dessas especialidades seja pautada pelas necessidades de saúde. A partir daí, vamos investir em bolsas e reestruturação de hospitais, por exemplo”, contou.
Padilha explica que, no Brasil, ao contrário do que acontece em vários países do mundo, não é o Ministério da Saúde quem estabelece a formação médica e, sim, o Ministério da Educação. A vantagem, ele conta, é que há uma boa parceria entre as duas pastas. As diretrizes para a formação dos médicos são pautadas pelas necessidades do País, ele garante. O problema é que o Brasil precisa conhecer melhor a realidade dos programas de residência.
Falta levantamento científico

Segundo Vital, o CFM desenvolveu uma avaliação preliminar nesse sentido. Os resultados da pesquisa realizada pela entidade para identificar as condições de trabalho dos médicos brasileiros, os recursos e as regiões mais carentes do País foram apresentados ao ministro também. “Não há pesquisa metodológica e científica sobre a necessidade de médicos e especialistas nas diferentes regiões do Brasil”, afirma o vice-presidente do CFM.
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2009, 11.881 estudantes concluíram cursos de medicina. Os 3.514 programas de residência médica credenciados pela Comissão Nacional oferecem 11.263 vagas de ingresso. A estimativa de Vital é que, todos os anos, pelo menos 4 mil candidatos não conseguem uma vaga. “Para eles, seria interessante atuar durante um ou dois anos nas áreas de atenção básica à saúde antes de tentar uma especialização”, opinou.
Para o Ministério da Saúde, a proposta é também uma garantia de solução para a falta de profissionais nos serviços básicos de saúde. Além disso, a proposta de definir áreas prioritárias ajudaria a levar residentes para o interior do País, especialmente para os Estados das regiões Norte e Nordeste.
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
Priscilla Borges, iG Brasília
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