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16 julho, 2013

Lula defende renovação do PT em artigo no NY Times

Ex-presidente disse que partido precisa se reaproximar dos movimentos sociais e voltou a defender a reforma eleitoral

Em artigo publicado nesta terça-feira (16) no jornal The New York Times no qual faz uma longa avaliação dos protestos populares de junho no Brasil o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o PT precisa passar por um processo de renovação e se reaproximar dos movimentos sociais.
O ex-presidente defendeu também a reforma do sistema eleitoral, uma de suas principais bandeiras desde que deixou a presidência, em 2003, e afirmou que "enquanto a sociedade entrou na era digital a política permanece analógica".
"Mesmo o Partido dos Trabalhadores, que ajudei a fundar e que tem contribuído muito para modernizar e democratizar a política no Brasil, precisa de uma profunda renovação. É preciso recuperar suas ligações diárias com os movimentos sociais, oferecer novas soluções para novos problemas, e fazer as duas coisas sem tratar os jovens de forma paternalista", diz Lula.
Ele discordou dos analistas que viram nas manifestações um sinal de rejeição à política e defendeu o sistema democrático e os partidos políticos.
"Muitos analistas atribuem recentes protestos a uma rejeição à política. Eu acho que é precisamente o oposto: eles refletem um esforço para aumentar o alcance da democracia, para incentivar as pessoas a participar mais plenamente".
O ex-presidente termina o artigo com uma frase que tem sido recorrente em seus discursos e entrevistas nos últimos anos. "Mesmo quando você está desanimado com tudo e com todos, não desista da política. Participe! Se você não encontrar em outros o político que você procura, você pode achá-lo em si mesmo".
De acordo om Lula, os protestos no Brasil ocorrem em um contexto diferente dos registrados nos países árabes, onde os regimes não eram democráticos, e da Europa, que sentem mais os sintomas da crise econômica global.
No artigo, o ex-presidente diz que a onda de manifestações é um reflexo dos avanços sociais obtidos pelo país nas últimas décadas.
No artigo Lula não se esquece de elencar entre as conquistas a estabilidade econômica, um dos marcos da gestão de seu adversário, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Segundo Lula, a juventude que formou o grosso das manifestações de junho não se lembra da opressão política da ditadura militar (1964-1995), da corrida contra a inflação nas décadas de 1970 e 1980 e da estagnação econômica da década de 1990.
"Eles (jovens) querem mais. É compreensível que assim seja. Eles querem que a qualidade dos serviços públicos melhores. Milhões de brasileiros, incluindo os da classe média emergente, compraram seus primeiros carros e começaram a viajar de avião. Agora o transporte público deve ser eficiente, tornando a vida nas grandes cidades menos difícil. As preocupações dos jovens não são apenas materiais. Eles querem maior acesso ao lazer e atividades culturais. Mas acima de tudo, eles exigem instituições políticas mais limpas e transparente, sem as distorções do sistema eleitoral anacrônico do Brasil que recentemente se mostrado incapaz de gerir a reforma. A legitimidade dessas demandas não pode ser negada, mesmo que seja impossível responde-las rapidamente", diz o artigo no qual Lula também elogia a postura da presidente Dilma Rousseff diante dos protestos.
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    Gilv@n Vi@n@

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