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14 abril, 2013

REFORMA AGRÁRIA


Reforma agrária ainda não é prioridade do governo, critica bispo da CNBB

Para presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a bancada ruralista no Congresso parece mandar mais que o Executivo até mesmo no governo da presidente Dilma Rousseff

O presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), d. Enemésio Angelo Lazzaris, bispo de Balsas (MA), afirmou nesta sexta-feira (12) que a reforma agrária ainda não se tornou uma prioridade de governo no Brasil, nem mesmo no governo de Dilma Rousseff, porque a bancada ruralista no Congresso parece mandar mais que o Executivo. 

"Continua a opressão dos assentados e dos atingidos pelo impacto pelos grandes projetos do PAC, na área de mineradoras e de hidrelétricas", afirmou o bispo em conversa com jornalistas na 51ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP). Segundo o bispo, 90% dos mandantes de crimes no campo não são condenados, mas absolvidos. 

D.Enemésio disse, adiantando dados do documento a ser divulgado no encerramento da assembleia, dia 19, que a violência na terra continuou e até aumentou, desde o governo José Sarney, de 1985 a 1989, até os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, na administração do PT. 

"Os conflitos de terra que foram 685 com 614 mil pessoas atingidas entre 1985 e 1989 subiram para 1757 conflitos e 992 mil pessoas atingidas no governo Lula e para 1.363 conflitos com 600.925 mil atingidos no governo Dilma", informou o bispo. A média anual de conflitos foi menor durante o governo Fernando Collor - 445 conflitos e 432 mil atingidos - porque ele sofreu impeachment e governou apenas por três anos. 

Para o arcebispo de Mariana e ex-presidente da CNBB, d. Geraldol Lyrio Rocha, a questão da reforma agrária não está sendo levantada por políticos e partidos e, por isso, o documento dos bispos deverá soar como um grito daqueles que estão pedindo socorro. "Esperamos que o documento chegue ao ministro da Justiça e que seja bem acolhido pelo Executivo e pelos parlamentares", disse o presidente da CPT. 

A Igreja, disseram os bispos, continuará apoiando os movimentos populares que lutam pela posse da terra. "Precisamos ouvir os gritos abafados dos sem-terra, dos indígenas e das vítimas de trabalho escravo", disse d. Enemésio.

Gilv@n Vi@n@

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