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17 abril, 2013

Contra estupros, indianos criam sutiã que dá choque


Protótipo foi premiado por instituição de fomento à pesquisa; estudantes tentam agora tornar o equipamento comercialmente viável

Sutiã é capaz de dar choques de até 3.800 quilovolts em potenciais molestadores
A forte repercussão do estupro coletivo de uma estudante indiana de medicina em um ônibus no final do ano passado levou um grupo de universitários do país a desenvolver um protótipo que pretende servir de arma para mulheres se defenderem contra ataques sexuais - um sutiã que dá choques.
A vestimenta é capaz de dar choques de 3.800 quilovolts em qualquer um que tente apertar, apalpar ou beliscar os seios da mulher.
Manisha Mohan, Niladhri Basu Bal e Rimpi Tripathi, estudantes de engenharia aeronáutica da Universidade SRM, na cidade de Chennai, decidiram desenvolver o sutiã especial após ouvirem relatos de mulheres que viviam em abrigos sobre suas experiências com assédio sexual.
"O estupro coletivo em Nova Déli foi o gatilho ( para o projeto ), mas também a dormência das mulheres e dos legisladores sobre essa ameaça social", explica Mohan. "Já era tempo de as mulheres conseguirem uma mudança", diz ela.
Mensagens de texto
O sutiã recebeu recentemente um prêmio para projetos de jovens inovadores da Sociedade para Pesquisas e Iniciativas para Tecnologias e Instituições Sustentáveis, baseada na cidade indiana de Ahmedabad.
O protótipo foi batizado de SHE (Society Harnessing Equipment, ou Equipamento de Controle da Sociedade, na tradução livre), que na sigla em inglês significa "ela".
Além do choque para espantar possíveis molestadores, o equipamento também é capaz de enviar uma mensagem de texto para algum parente ou amigo e para a polícia, com a localização exata da vítima determinada por GPS, segundo Mohan. O sutiã tem um sensor de pressão conectado a um circuito elétrico.
Para garantir que o choque não seja dado na própria vítima, o sistema conta ainda com um tecido de dupla camada para garantir o isolamento elétrico. "Também é possível calibrar o sensor para pressão por aperto, beliscão ou agarrada. A força aplicada por um abraço não satisfaz as condições para a atuação do equipamento", conta Mohan.
Segundo ela, há também um dispositivo para que a própria mulher dispare o choque ao se sentir insegura.
Projeto em andamento
Os estudantes estão agora trabalhando para tornar o sutiã mais prático e comercialmente viável. Os componentes elétricos usados no protótipo ainda são grandes e precisam ser miniaturizados para torná-lo prático. Eles também querem usar tecnologia bluetooth para ligar o sutiã a um aplicativo de smartphone.
O sutiã ainda é um projeto em andamento, mas os três anteveem grandes possibilidades no futuro próximo.
"Minha visão é ver todas as mulheres andando com confiança pelas ruas em todas as partes do mundo, mesmo em horários não convencionais", diz Mohan. "Eu pretendo dar uma sensação de segurança para as mulheres que vivem em áreas rurais também."
Ela diz sentir uma grande responsabilidade sobre seus ombros, já que "muitas mulheres confiaram no equipamento".
Gilv@n Vi@n@

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