Formato do cérebro ligado à dependência de cocaína
Estudo procura explicar por que algumas pessoas são mais vulneráveis ao vício que outros
Diferenças na matéria cinzenta explicariam maior facilidade em se viciar |
Por que algumas pessoas são capazes de usar cocaína sem se tornarem dependentes? Um novo estudo sugere que a resposta pode estar no formato de seus cérebros.
Consumidores esporádicos de cocaína tendem a ter um lobo frontal maior, uma região associada ao autocontrole, enquanto os dependentes de cocaína são mais propensos a ter lobos frontais pequenos, de acordo com o estudo que foi publicado no periódico Biological Psychiatry.
Os cientistas da Universidade de Cambridge usaram exames cerebrais e testes de personalidade de pessoas que tinham usado cocaína durante vários anos – algumas viciadas, outras não. Enquanto os não viciados compartilhavam uma propensão para comportamentos de risco, uma matéria cinzenta maior parecia ajudá-los a resistir ao vício, exercendo mais autocontrole e tomando decisões mais vantajosas. "Eles poderiam usar a droga ou deixar de usar", disse Karen Ersche, a autora principal.
Os pesquisadores acreditam que as diferenças na anatomia do cérebro antecedem o uso das drogas, e não que resultem disso.
Ersche disse que os resultados reforçam essa teoria, agora conhecida entre os especialistas em dependência, de que o vício depende menos da personalidade e mais da composição biológica.
"Não é a abordagem de Nancy Reagan, de que basta dizer não ou mais cedo ou mais tarde você ficará viciado," disse ela. "O modo como a droga age e qual o seu grau de risco dependem do tipo de pessoa que você é e do tipo de cérebro que você tem."
Fonte: The New York Times
GILV@N VI@N@
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