ONG recebeu R$ 10 milhões em 4 anos do governo. Chefe é homem que trabalhou na campanha de secretário do Ministério do Esporte
Em entrevista na tarde desta quinta-feira, o delegado da Polícia Federal (PF) em Juiz de Fora (MG), Cláudio Dornelas, explicou que a apreensão de 16 malotes com documentos da organização não governamental (ONG) Instituto Cidade foi feita porque os responsáveis pelo inquérito temiam que provas de supostas irregularidades se perdessem durante o processo de investigação, iniciado há menos de 20 dias.
Responsável pela ONG, José Augusto da Silva foi indiciado e intimado para prestar depoimento nesta sexta-feira (11) à Polícia Federal. Há outros suspeitos no caso, mas os nomes não foram revelando tampouco a quantidade de envolvidos. O argumento da polícia é de que isso atrapalharia as investigações. Silva atuou na campanha de Wadson Ribeiro, do PC do B, a deputado federal, em 2010. Ribeiro é secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, do Ministério do Esporte.
Policiais federais na cidade do interior de Minas cumpriram mandados de busca e apreensão graças à autorização da 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Juiz de Fora e novas buscas não estão descartadas. Em quatro anos, o Instituto Cidade recebeu aproximadamente R$ 10 milhões de repasses do Ministério dos Esportes, em convênios considerados suspeitos pela polícia. As suspeitas sobre os contratos vieram a público após reportagens do jornal Tribuna de Minas, de Juiz de Fora. Os responsáveis pelo inquérito informaram que antes da apreensão foram coletados depoimentos de envolvidos.Em nota, a PF informou que “levantamentos iniciais demonstram frontal discrepância entre o montante dos repasses financeiros e a precariedade dos núcleos abrangidos pelo programa do esporte” e que as buscam visam "sustentar com materialidade autoria de eventuais delitos". Os crimes investigados podem render de dois a 12 anos de prisão.
Perícia
Uma força tarefa será feita por peritos criminais contábeis para verificar a documentação apreendida, em sua grande maioria contratos. Além de documentos, a PF apreendeu HDs da ONG. A análise técnica do material busca descobrir se houve desvios de recursos públicos. o Ministério dos Esportes não é investigado neste momento, frisaram os responsáveis pelo inquérito. A PF de Juiz de Fora suspeita que recibos tenham sido fraudados e notas fiscais forjadas para acobertar superfaturamento de bens adquiridos ou serviços contratados.
Durante entrevista, o delegado da PF informou que a ONG é ligada a uma cooperativa que fabricava materiais esportivos como bolas, camisetas e bonés. Há suspeita de que a cooperativa estivesse burlando a legislação trabalhista, pois não teria constituição legal. Esta parte da investigação caberá a auditores do Ministério do Trabalho, que estiveram na sede da cooperativa.
De acordo com a PF, sabe-se que a cooperativa trabalhava em parceria com presídios em Avaré, interior de São Paulo, e na própria cidade de Juiz de Fora, para produzir bolas que seriam repassadas pelo Ministério dos Esportes para diversos municípios brasileiros. De acordo com a Polícia Federal, a cooperativa é administrada pela ONG e não está registrada na Junta Comercial.
Durante entrevista, o delegado da PF informou que a ONG é ligada a uma cooperativa que fabricava materiais esportivos como bolas, camisetas e bonés. Há suspeita de que a cooperativa estivesse burlando a legislação trabalhista, pois não teria constituição legal. Esta parte da investigação caberá a auditores do Ministério do Trabalho, que estiveram na sede da cooperativa.
De acordo com a PF, sabe-se que a cooperativa trabalhava em parceria com presídios em Avaré, interior de São Paulo, e na própria cidade de Juiz de Fora, para produzir bolas que seriam repassadas pelo Ministério dos Esportes para diversos municípios brasileiros. De acordo com a Polícia Federal, a cooperativa é administrada pela ONG e não está registrada na Junta Comercial.
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Denise Motta, iG Minas Gerais
Gilv@n Vi@n@
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