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18 setembro, 2011

Nova Parnamirim: Consequências do crescimento

Trinta minutos. Esse é o tempo que o publicitário Wilder Neto leva diariamente para percorrer o percurso de dois quilômetros entre a Avenida Maria Lacerda, em Nova Parnamirim, e a BR-101. O transtorno diário fez com que ele mudasse o horário de sair de casa de 7h15 para 5h30. "Saio mais cedo e vou direto para a academia, de lá sigo para o trabalho. Foi o jeito que eu encontrei de burlar o trânsito", relata. Entrar e sair de Nova Parnamirim nos horário de pico é o que podemos chamar de um verdadeiro exercício de paciência. As principais vias do bairro (avenidas Ayrton Senna, Maria Lacerda e Abel Cabral) estão saturadas e já não comportam mais o fluxo de veículos. O secretário de obras de Parnamirim, Naur Ferreira, afirma que a prefeitura está de mãos atadas porque as obras necessárias para resolver o problema são de responsabilidade dos governos federal e estadual. Enquanto as melhorias não vêm, quem pode evita os horários de pico, quem não pode... exercita a paciência.
Crescimento imobiliário já acusa mais de 21 mil domicílios particulares na região que mais cresce na Grande Natal Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
O bairro de Nova Parnamirim teve um crescimento imobiliário exorbitante nos últimos 10 anos. A grande oferta de novos empreendimentos, a proximidade do centro de Natal e os preços até então acessíveis atraíram moradores da capital potiguar para o bairro do município vizinho. De acordo com o IBGE, entre 2000 e 2010, o número de domicílios particulares passou de 7.136 para 21.192, enquanto a população aumentou de 24.952 para 54.076 pessoas. Para o corretor e empresário do ramo, Caio Fernandes, a região se tornou atrativa para construtoras por ser um dos últimos redutos próximos à capital com grandes terrenos. "Faltam terrenos grandes em outros bairros de Natal e os lugares que teriam condições de receber grandes edifícios não podem porque o Plano Diretor não permite a construção de empreendimentos desse porte. É o caso de Cidade da Esperança e Ponta Negra. Natal não tem mais para onde crescer e Nova Parnamirim se tornou uma boa opção", diz.
GargaloCom o aumento de 116% no número de habitantes em 10 anos os problemas com o trânsito foram inevitáveis. Um dos principais gargalos no trânsito local é a entrada e saída da Avenida Maria Dolores, continuação da Avenida Maria Lacerda. Quem trafega pela BR-101 sentido Parnamirim enfrenta um sinal para ter acesso à Maria Dolores. Neste local não existe mais horário de pico, o trânsito é lento a qualquer hora do dia. "Aquele sinal é um tormento, é horrível. Ele abre e fecha incontáveis vezes. O pior horário é entre 19h e 20h30, mas em nenhum horário do dia o trânsito ali é livre", conta Wilder Neto. Para quem vem da Avenida Maria Dolores com o objetivo de entrar na BR-101 a situação não é diferente. "Nesse trecho o motorista tem que esperar quem está vindo da BR-101 entrar na Maria Dolores para só então passar. Ali era para ser tranquilo, mas quem vai pegar a BR-101 sentido Parnamirim fecha o trânsito e não deixa quem vai pegar a BR-101 sentido Natal passar", explica o comerciante André Oliveira, 42, morador do bairro há cinco anos.
A Avenida Ayrton Senna há tempos não é uma boa opção para quem pretender sair ou entrar de Nova Parnamirim. Além dos vários sinais, a via recebe ainda o fluxo dos bairros de Pirangi, Neópolis, Cidade Jardim e Capim Macio. Já a Avenida Abel Cabral tem um fluxo menor de carros, mas nos horários de pico também enfrenta congestionamento. "A Abel Cabral até seria uma boa opção, mas vive em obras. Há pouco tempo estava com duas pistas interditadas, aí não tem como o trânsito fluir bem", disse André Oliveira.
Segundo o secretário de Obras de Parnamirim, Naur Ferreira, a solução para este problema específico seria a construção de um túnel - ou um viaduto - na BR-101, o que desafogaria o trânsito tanto na entrada e saída do bairro quanto na própria BR. "A entrada de Nova Parnamirim inviabiliza o tráfego na BR-101. Antigamente esse problema era só no horário de pico, mas hoje em dia é constante. Se fosse construído um viaduto, ou um túnel, como existe ali na altura do Makro, o problema seria resolvido. Com a construção do viaduto nós tornaríamos a MariaLacerda mão única, entrando no bairro, e a Abel Cabral também seria mão única, saindo do bairro. Mas a última reunião que tivemos com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) sobre esse assunto foi no ano passado, antes daquela operação da Polícia Federal que prendeu vários funcionários e o superintendente do órgão. Mesmo que de forma indireta aquele escândalo todo (no DNIT) atrapalhou muito a gente", diz o secretário.
Por meio da assessoria de imprensa, o DNIT informou que "o projeto do viaduto ou túnel ainda está em processo de viabilização técnica e financeira, sem previsão de prazo".
Fonte: diariodenatal.com.br
Gilv@n Vi@n@

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