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16 novembro, 2012

CIÊNCIA

Brasileiros criam superfibras musculares com nanotubos de carbono

Nanofibras são capazes de suportar 100 mil vezes mais que o próprio peso. Material pode ter aplicação em próteses médicas, por exemplo

Uma equipe internacional conseguiu desenvolver novos músculos artificiais feitos de nanofibras que podem suportar até 100 mil vezes o próprio peso e que têm 85 vezes mais força quando do que um músculo humano do mesmo tamanho. As aplicações deste material são amplas, desde motores, microválvulas até próteses médicas.
Com a contração ocorre aumento do volume de fios e diminuição do comprimento

Os músculos artificiais são construídos a partir de fios de nanotubos de carbono, que são cilindros ocos feitos de camadas de grafite - o mesmo material encontrado em um lápis escolar -, e embebidos em parafina.
A contração da fibra artificial é gerada através da expansão da parafina. A brasileira Mônica Jung, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, explica que a parafina sofre expansão térmica quando a temperatura varia em determinada faixa, seja por meio de um impulso elétrico ou mesmo através de luz. 
“Com a expansão da parafina, aumenta o diâmetro da fibra do músculo artificial e ao mesmo tempo ela sofre uma contração ao longo do comprimento", disse ao iG Mônica. "A fibra embebida na parafina repete mais ou menos o mesmo sistema de funcionamento das fibras musculares naturais, que sofrem expansão em diâmetro e encurtamento no comprimento através de sinais elétricos que o cérebro envia”, disse. 
Uma estrutura simples para várias aplicações 
A combinação do aumento do volume de fios com a diminuição do comprimento da estrutura produz a torção da fibra. "Por causa da simplicidade e alta performance, estas fibras musculares poderia ser utilizadas para diversas aplicações, como robôs, cateteres para cirurgia, micromotores, microválvulas e até mesmo brinquedos", disse Ray Baughman, cientista que liderou o estudo publicado nesta semana no periódico científico Science.
Na imagem, nanofibra estendida
No total, o estudo conta com a participação de cinco cientistas brasileiros. Os engenheiros de materiais Mônica Jung e Márcio Lima, da Universidade do Texas, que de acordo com Baughman, fizeram descobertas e invenções "extremamente importantes para a pesquisa". 
Já os pesquisadores Alexandre Fonseca, da Universidade do Estado de São Paulo, Leonardo Machado, da Universidade de Campinas, e Douglas Galvão, da Universidade do Estado de São Paulo,  analisaram teoricamente as possibilidades para o desenvolvimento da nova fibra.
Fonte: Maria Fernanda Ziegler - iG São Paulo
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