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28 julho, 2013

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Vigília em Copacabana divide fiéis e falta de estrutura é destaque

Banheiros com mau cheiro, lixo nas ruas e insegurança são pontos altos de reclamação

Se na sexta-feira, 26, alguns peregrinos concordaram com a alteração na agenda da Jornada Mundial da Juventude, que transferiu os eventos de Guaratiba para a praia de Copacabana, neste sábado, 27, nem todos saíram satisfeitos. A orla carioca ficou tomada por um mar de 3 milhões de pessoas e estava claro que a região não tinha a mínima estrutura para realizar a vigília prevista na programação da JMJ.
Foram formados dois grupos: os sortudos fiéis que chegaram cedo e conseguiram um cantinho nas areias de Copacabana, e os atrasados que não tiveram escolha a não ser o asfalto duro da Avenida Nossa Senhora de Copacabana e outras ruas do bairro. Algumas pessoas armaram o acampamento nas calçadas de restaurantes com a esperança de conseguir uma vaga na areia no meio da madrugada.
Por conta do vai e vem de pessoas no asfalto, ficou muito ruim para os peregrinos acompanharem o momento de adoração da vigília. “O jeito foi correr para a areia, porque daqui não dava para ver e nem ouvir nada”, disse Vanessa Freitas, de 19 anos, do grupo de Taguatinga (DF). “Nós pretendemos passar a noite aqui, mas confesso que tenho medo. Aqui é aberto. Lá no Campus Fidei apenas os peregrinos cadastrados poderiam entrar”, afirmou.
Iolanda Tizziotti, de 20 anos, ficou assustada quando viu a quantidade de gente na praia. Para ela e seu grupo de Sales Oliveira, cidade do interior de São Paulo, o jeito foi estender o saco de dormir no meio da Nossa Senhora de Copacabana: “Eu nem consegui ver a cerimônia e muito menos o papa [risos]”.
Já quem estava na areia usufruía de um silêncio sepulcral. Nos momentos de concentração, só se ouvia o barulho das ondas. Alguns grupos acenderam velas e ficaram de joelhos para rezar e cantar as músicas em várias línguas. Só em um momento os gritos do calçadão chegaram aos ouvidos dos fiéis que estavam perto do mar. Foi quando a Marcha das Vadias passou na altura da Rua Santa Clara.
Mais cedo, por volta das 16h, cerca de 1.500 manifestantes se reuniram no posto 5 para protestar contra a alta incidência de estupros no Brasil e contra o Estatuto do Nascituro. Depois de perder força, por volta das 20h o número caiu para cerca de 200 pessoas, que enfrentaram a Força Nacional. Os fiéis responderam com o grito de guerra “esta é a juventude do papa”.
“Nós ficamos um pouco receosas com os protestos, né? Como viemos de Campo Grande, não tem como voltar para lá agora e voltar para cá para a missa de manhã. Vamos permanecer aqui em Copacabana e já pegar o ônibus para casa logo depois”, contou Carolina Dio, do grupo de Jundiaí (SP).
Filas, lixo e polenguinho para dar e vender
Um problema comum para quem estava na areia ou no asfalto era o banheiro. Para aliviar a bexiga, era preciso aguentar o mau cheiro das cabines químicas espalhadas pela orla. Mulheres e homens usavam o mesmo ambiente e a limpeza era precária.
Fora isso, era necessário ter fé e paciência. “A fila para fazer xixi demora entre duas e três horas. É preciso economizar na água. Além da falta de conforto e do frio, o banheiro também faz parte do sacrifício da vigília”, brincou irmã Lidiane Madalena, de 28 anos, do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, de São José dos Campos, interior de São Paulo.
Outro detalhe que chamou atenção no calçadão de Copa foi o lixo produzido e espalhado pelos próprios fiéis. Alguns grupos tentavam organizar a bagunça em sacos plásticos, mas a maioria já estava jogada pelos canteiros e esquinas.
Sobre a alimentação, barraquinhas de churros, milho verde e cachorro quente faturaram bem, já que os restaurantes da região (principalmente os tradicionais de fast food) estavam com filas quilométricas.
Para quem preferiu economizar e se alimentar com o kit peregrino precisou se contentar com latinhas de atum (o cheiro tomava conta do calçadão), chips e queijo Polenguinho. “Eu vendo os meus, se você quiser. Cada kit vem com cinco Polenguinhos. Já não aguento mais”, brincou o peregrino Douglas Alvarenga, de 23 anos, de Minas Gerais.
GILV@N VI@N@

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