PT percorrerá o País para resgatar imagem e criar discurso para 2014
Partido fará uma série de seminários em dez cidades - oito delas capitais - para contrapor os dez anos de Lula e Dilma no poder com os oito anos do antecessor FHC
Dilma participa da festa de 32 anos do PT ao lado de Marco Maia e do presidente do partido Rui Falcão |
O PT começa nesta quarta-feira a preparar o discurso do partido para a campanha pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff em 2014. Depois de um ano marcado por notícias ruins como a condenação de líderes históricos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), desempenho ruim da economia e o aparecimento da sombra de Eduardo Campos (PSB), o PT quer adotar uma agenda positiva. O partido fará um ciclo de seminários para contrapor os 10 anos de Lula/Dilma aos oito do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Em reuniões realizadas no final do ano passado para avaliar o resultado do julgamento no STF, o PT identificou em setores da grande mídia os principais adversários do governo. Por isso, o partido quer contar sua própria versão da história. “O objetivo é construir a nossa narrativa sobre estes 10 anos que mudaram o Brasil. A nossa narrativa”, enfatizou o secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi.
A narrativa petista mostra dois governos que tiraram milhões de pessoas da miséria, alavancaram o Brasil na geopolítica global, reduziram o desemprego, aumentaram a renda do trabalhador, conseguiram índices estratosféricos de popularidade, oxigenaram a política brasileira com a eleição de novos nomes mas, apesar disso, é citado apenas como foco de corrupção.
Para se contrapor ao noticiário crítico, o PT tabulou dados oficiais para comparar os 10 anos de Lula/Dilma com os oito de Fernando Henrique Cardoso. O texto principal do ato de quarta-feira, em São Paulo, quando o partido vai comemorar os 33 anos de existência e os dez anos no comando do País, terá um tabela com números desde 1995 sobre temas como salário médio real do trabalhador, inflação, crescimento econômico, distribuição de renda e desemprego.
“A discussão política está poluída infelizmente pela discussão de personagens”, disse o presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), Marcio Pochmann. “Este ciclo de seminários pode ser uma contribuição para o discurso do PT em 2014”, completou.
A partir do dia 28, o PT fará uma série de 10 seminários Brasil a fora para difundir as realizações do governo. Os atos serão sempre às sextas-feiras e sábados para proporcionar a participação de Lula e Dilma. A agenda provisória começa em Fortaleza e passa por Cuiabá, Campo Grande, Curitiba, São José dos Campos, Contagem, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador.
Em cada cidade, será debatido um tema vinculado à região. Entre os tópicos estão políticas de bem-estar, direitos humanos, inclusão social, desenvolvimento agrícola, integração regional, sistema político, participação popular, ciência e tecnologia, educação, sustentabilidade ambiental, geopolítica internacional, infraestrutura e financiamento do Estado.
O partido sempre convidará para as mesas de debates lideranças nacionais dos partidos que compõem a base aliada. Em Fortaleza, no dia 28, por exemplo, o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, vai falar sobre inclusão social. Reforma política e regulamentação da mídia serão temas recorrentes em todos os eventos.
A Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT, foi encarregada de formular os documentos de base dos debates. Segundo Marcio Pochmann, a fundação deve produzir entre 60 e 70 volumes neste ano.
De acordo com ele, o objetivo é confrontar os projetos petista e tucano. “Vamos fazer o confronto de projetos e de resultados. De um lado o projeto neoliberal e do outro o projeto desenvolvimentista pós-neoliberal”, disse Pochmann.
Gilv@n Vi@n@
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