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13 julho, 2012

CNTE participa do 11° Congresso Nacional da CUT


Seminário Internacional abriu o 11º CONCUT com a presença de 140 lideranças

Uma delegação da CNTE está participando do 11° Congresso Nacional da CUT, que acontece esta semana em São Paulo. Na segunda (9), o everto foi aberto oficialmente com o seminário internacional "Os desafios dos trabalhadores e das trabalhadoras no enfrentamento da crise". O debate foi acompanhado pela secretária-geral da Confederação, Marta Vanelli, e pela secretária de Relações Internacionais, Fátima Silva.
O impacto da crise econômica sobre a classe trabalhadora marcou o tom das discussões. Roland Scheneider, assessor político senior da Trade Union Advisory Commitee (TUAC), discorreu sobre o panorama na Europa. Ele afirmou que naquele continente a luta contra o desemprego encontra forte oposição e resistência, citando três categorias: primeiro, a dos inimigos do movimento sindical, que se opõem fortemente à interferência do governo na economia. Segundo, os que são contrários aos investimentos públicos e, terceiro, os que se opõem a mudanças sociais que busquem o pleno emprego.
Vladimir Safatle, filósofo e professor doutor da USP, alertou em sua fala para o que chama de "esgotamento do modelo", que não é apenas econômico, mas social e político. "Crise econômica exige como resposta a democracia real. Enquanto não houver um sistema político que dê condições para a participação direta das classes mais vulneráveis, pode se dizer que não haverá remédio efetivo para esta problemática. Defendemos uma estrutura política com grande participação popular", afirmou.
Na avaliação de Safatle, no caso do Brasil, se o Estado fosse capaz de disponibilizar à sua população uma educação e uma saúde pública de qualidade, sobraria mais dinheiro para as famílias e, consequentemente, haveria uma melhora na economia. "A falta de investimento nestes setores é um bloqueio para o desenvolvimento nacional. É complicado quando você ouve do ministro da Fazenda que aumentar para 10% do PIB o investimento na educação vai quebrar a economia. Só alguém que não tem consciência dos nossos problemas e gargalos pode afirmar isso", criticou.
Democracia – Além da crise econômica, o seminário também abordou a força do movimento sindical em realidades onde a democracia está ameaçada. Sobre esse tema falou Fátima da Silva, da CNTE. "Na América Latina está fazendo três anos do golpe de estado de Honduras. E agora houve o golpe recente do Paraguai. Então, podemos ter como linhas gerais que a democracia no continente americano é muito jovem e muito frágil. Uma diferença é que se antes os golpes eram perpetrados pelos militares, por meio da força, hoje eles são feitos por juntas civis, com a cumplicidade do Legislativo", afirmou Fátima.
Segundo a secretária de Relações Internacionais da CNTE, apesar dessa fragilidade, o continente ainda se destaca do resto do mundo no que diz respeito à organização e força dos movimentos sindicais. "A América Latina, apesar dessa fragilidade democrática, também tem governos mais voltados à causa social, à causa dos trabalhadores, e isso também tem fortalecido a organização no geral dos trabalhadores. O movimento sindical latino-americano tem suas fragilidades, mas o novo ainda está na América Latina. Se vermos o mundo árabe, está em guerra. A Europa, o velho mundo, está em uma crise profunda, uma crise do sistema capitalista e que a saída é a aplicação de políticas neoliberais. De onde vem o novo? Vem da América Latina", concluiu. 
Fonte: CNTE, com informações da CUT, 11/07/12
Gilv@n Vi@n@

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