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08 outubro, 2011

Prêmio Nobel da Paz é dividido entre três mulheres

Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman são reconhecidas por 'lutas não violentas' pelos direitos femininos

Três mulheres dividirão o Prêmio Nobel da Paz deste ano, anunciado nesta sexta-feira em Oslo: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a ativista Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman.
Ellen, a primeira mulher eleita presidente na África, e Leymah são reconhecidas pela atuação para mobilizar as mulheres liberianas contra a guerra civil no país, enquanto Tawakkul participa ativamente da luta pelos direitos das mulheres e pela democracia no Iêmen.
O comitê do Nobel justificou o prêmio como reconhecimento de "lutas não violentas pela segurança das mulheres e pelos direitos das mulheres de participar do trabalho de construção da paz".
Diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad (esq), e líder do Comitê do Nobel, Thorbjoern Jagland, mostram fotos das premiadas em Oslo, na Noruega
 "Não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo a menos que as mulheres alcancem as mesmas oportunidades que os homens para influenciar o desenvolvimento em todos os níveis da sociedade", afirmou o presidente do comitê, Thorbjöern Jagland, ao anunciar o prêmio.
Ao saber que era uma das premiadas com o Nobel, Ellen Johson Sirleaf disse que a vitória era de todo o povo liberiano. “Estou muito feliz. É o resultado de meus anos de combate pela paz na Libéria”, afirmou.
Tawakkul Karman dedicou seu Nobel "à juventude da revolução no Iêmen e ao povo iemenita". "Trata-se de uma honra para todos os árabes, muçulmanos e mulheres. Dedico este prêmio a todos os militantes da Primavera Árabe", disse. "Estou muito contente. Não esperava, nem sequer sabia que minha candidatura havia sido apresentada.”
Em Nova York, a liberiana Leymah Gbowee disse que as mulheres não devem esperar salvadores. "Não esperem por (Nelson) Mandela, não esperem por (Mahatma) Gandhi, não esperem por (Martin Luther) King. Vocês têm que ser seu próprio Mandela, seu próprio Gandhi, seu próprio King", disse Gbowee, em referência à luta dos grandes pacifistas. "Vocês conhecem suas questões, preocupações, prioridades, e são as melhores porque conhecem as soluções para seus problemas."
A militante pacifista que contribuiu para acabar com as guerras civis que devastaram seu país até 2003 não ocultou a grande surpresa pelo prêmio recebido nesta sexta-feira. "É um dia impressionante. Estou feliz porque finalmente a luta das mulheres desfavorecidas afetadas de forma negativa por conflitos veio à tona. Para mim, essa é a beleza desse prêmio", completou.
A escolha deste ano deve ser vista como um forte sinal do comitê do Nobel em favor da luta pela igualdade de direitos entre os gêneros, especialmente no mundo em desenvolvimento.
 As vencedoras do prêmio - escolhido por um comitê formado por cinco membros - receberão uma medalha de ouro, um diploma e dividirão 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,7 milhões) em uma cerimônia em Oslo no dia 10 de dezembro.
O Nobel da Paz deste ano teve um número recorde de indicações, com 241 indivíduos ou instituições.
Entre as especulações que circularam antes do anúncio do prêmio estavam nomes relacionados aos levantes da Primavera Árabe, como os ativistas egípcios Esraa Abdel Fattah e Ahmed Maher, fundadores do movimento jovem 6 de abril, o executivo da Google Wael Ghonim, que ajudou a inspirar os protestos contra o governo na praça Tahrir, no Cairo, ou a blogueira tunisiana Lina Ben Mhenni, que relatou pela internet os acontecimentos em seu país.
Outros nomes de possíveis ganhadores citados antes do anúncio incluíam o dissidente cubano Oswaldo Payá, a TV árabe Al Jazeera e a União Europeia.
As seis categorias do Nobel foram criado pelo industrial Alfred Nobel, inventor da dinamite, em 1901. O Nobel da Paz é o único dos cujo comitê de escolha fica baseado na Noruega. Os demais prêmios são entregues na Suécia.
Nos últimos dias foram divulgados os vencedores nas categorias de Medicina, dividido entre Bruce Beutler, Jules Hoffmann e Ralph Steinman; de Física, dividido pelos astrônomos americanos Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess; de Química, para o israelense Daniel Shechtman;  e de Literatura, concedido ao poeta sueco Tomas Tranströmer. A rodada de anúncios se encerra na próxima segunda-feira, quando será comunicado o vencedor de Economia.
Premiação polêmica
As escolhas do Nobel da Paz dos últimos anos foram cercadas de polêmica.
No ano passado, o escolhido foi o ativista chinês Liu Xiaobo, que cumpre uma pena de 11 anos em prisão domiciliar na China por organizar um manifesto pró-democracia. O governo chinês protestou contra a escolha, afirmando que Liu é um "criminoso que violou a lei chinesa".
Em 2009, o premiado foi o presidente americano, Barack Obama, que tinha menos de dez meses no cargo. Obama havia herdado de seu antecessor, o republicano George W. Bush, um país imerso em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, e não conseguiu até hoje cumprir sua promessa de campanha de desativar a prisão da base americana na baía de Guantánamo, em Cuba, onde teriam sido cometidos abusos aos direitos humanos dos presos, capturados durante a chamada guerra ao terror.
O primeiro Nobel da Paz foi partilhado pelo francês Fréderic Passy, fundador da primeira organização francesa em favor da paz, e pelo suíço Jean Henry Dunant, promotor da Convenção de Genebra de 1864, que fundou a Cruz Vermelha.
Por causa das duas guerras mundiais, o prêmio não foi outorgado por 19 vezes. Em 25 ocasiões foi compartilhado e, em apenas uma foi concedido a título póstumo ao sueco Dag Hammarskjold, que foi secretário-geral da ONU.
Além disso, foi rejeitado pelo vietnamita Le Duc Tho, que, ao ser nomeado em 1973, não tinha ainda conseguido a paz em seu país, o Vietnã do Norte. O prêmio é entregue em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, em cerimônia em Oslo.
Fonte: BBC Brasil e AFP
 Gilv@n Vi@n@

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