Na contagem regressiva de três semanas para a prova, estudantes falam do que temem no Exame Nacional do Ensino Médio
Com a chegada de outubro, mês de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aumenta a ansiedade de estudantes que estão se preparando para as provas dos dias 22 e 23. Além da preocupação geral de não ter estudado o suficiente, candidatos temem prejuízos por conta de falhas da organização, como os ocorridos em edições anteriores.
Irmãos gêmeos, Eduardo se preocupa com a concorrência e Fernando está tranquilo |
As ansiedades variam conforme a preparação e objetivo dos inscritos. “Agora bate medo de tudo, o maior é o da concorrência”, diz Eduardo Rodrigues, 18 anos, que tentará uma vaga em Engenharia de Produção nas universidades federais do ABC ou de São Carlos, onde as vagas serão decididas pelo resultado do Enem. O irmão gêmeo, Fernando Rodrigues, está muito mais tranquilo. “Vou fazer para o caso de precisar, mas minha meta é USP (Universidade de São Paulo), que não vai considerar o resultado, de qualquer forma.”
Outros alunos de cursinhos em São Paulo que vão prestar o exame se dividiram em três principais medos:
Falhas da organização
“Tenho medo de vazamento de gabarito”, diz Cauê Ibrahim, aluno do cursinho Objetivo e candidato a uma vaga em Engenharia Civil. Para ele, a imagem do exame é de uma prova que tem acumulado problemas. Em 2009, a prova foi roubada de uma gráfica e, em 2010, houve uma série de erros. “Não é confiável, cada hora dá alguma coisa errado ou então as informações saem em cima da hora, isso pode facilmente prejudicar alguém”, opina o estudante.
Bruno Fiorin Zaninetti, de 18 anos, colega do mesmo cursinho também teme vazamento de informações. “Acho que estamos bem preparados, mas alguém pode passar as respostas ou a prova ter problemas que impeçam um bom desempenho.”
Redação
“O que bate mais é pensar que pode ter faltado treino, principalmente para a redação”, diz Carlos Augusto Freitas, de 17 anos, também aluno do Objetivo. Para ele, os problemas que não estão sob o seu controle não interessam. “Participei como treineiro no ano em que a prova foi roubada, mas isso não me envolve, não há nada que eu possa fazer.”
Vilma Cavichioli, 18 anos, concorda. Para ela, a “tensão” agora é ter estudado o suficiente. “Minha aflição é só não saber, por exemplo, o que escrever na redação.”
Candidata a uma vaga em Ciências Contábeis, Juliana Leandro de Lima Ramos, 20 anos, matriculada no cursinho do Instituto Henfil diz que o texto é seu ponto fraco. “Como isso vale muito no Enem, é o meu maior medo, tanto de cometer erros como de não conseguir desenvolver bem o tema.”
Tempo
Professora universitária aposentada, Rosa vai fazer o Enem e teme a falta de tempo para responder às perguntas |
Com 90 questões por dia e ainda a redação, o Enem é considerado um exame que exige tanto fôlego quanto habilidades e conhecimentos. “A esta altura estou mais preocupado com cansaço do que nervoso pelo que aprendi”, diz Arthur Balduini, 18, que faz Objetivo e pretende fazer Engenharia Civil em uma instituição pública.
Professora universitária aposentada, Rosa Maria Cotrim Soares, 65 anos, formada em Geologia pela Federal de Pernambuco e em Direito pela Mackenzie, respectivamente em 1965 e 2001, procurou o cursinho Henfil para fazer uma revisão e vai prestar o Enem. “Não sei ainda o que vou fazer com o resultado, mas gosto de estudar. Na minha lápide vai estar escrito: morreu estudando”, afirma.
Após os primeiros simulados, está preocupada com a falta de tempo suficiente. “Fiquei horrorizada com a falta de tempo para resolver as questões. Eu sei fazer, mas às vezes gasto uma hora em uma pergunta de exponenciação, enquanto no dia vou ter que responder todas de Matemática, Linguagens e Códigos e fazer a redação em cinco horas e meia. Não sei se vai dar.”
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
Gilv@n Vi@n@
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