Estudo complementar do mapa da violência revela que taxa de homicídio cresceu 217,6% em 30 anos; marido ou ex é o agressor em 65% dos casos
Em 30 anos, no período de 1980 e 2010, aproximadamente 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil - 43,5 mil só na última década. Os números, divulgados nesta segunda-feira, são alarmantes e foram revelados pelo estudo complementar do mapa da violência 2012. A taxa de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6%.
O mapa da violência de 2012, pesquisa coordenada pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfiz, mostrou ainda que um ano após a lei Maria da Penha ser implantada, em setembro de 2006, as taxas de homicídio apresentaram visível queda (de 4,6 para 3,9 mortes em cada 100 mil mulheres). Já a partir de 2008, a violência retoma os patamares anteriores, com 4,4. Segundo o estudo, isso revelaria que as atuais políticas ainda são insuficientes para mudar a situação das mulheres no Brasil.
Em pouco menos da metade dos casos, o agressor é o parceiro (ou ex-parceiro) da mulher (42,5% do total de agressões). Se comparada a idade da vítima entre 20 e 49 anos, 65% das agressões tiveram autoria do namorado, marido ou do ex. Com a pesquisa ficou claro que, em quase 70% dos casos, a agressão acontece no ambiente famiiar, a própria residência da vítima.
Ranking da violência
Em todo o País, o Estado mais violento foi o Espírito Santo, com uma taxa de 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres. Com isso mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa do Piauí, Estado que apresenta o menor índice (2,6).
Já nas capitais, a taxa de homicídios chegou a 5,1. Os índices mais altos de assassinatos foram encontrados em Porto Velho, Rio Branco, Manaus e Boa Vista, todas da região Norte, com níveis acima de 10 mortes para cada 100 mil.
O estudo citou ainda que, com base nos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre os 80 países do mundo, o Brasil ocupa o 7º lugar como uma das nações com de elevados níveis de feminicídio.
Meio e reincidência
Em mais da metade dos casos analisados (56%), a força corporal ou o espancamento são os meios mais utilizados pelos agressores nesse quadro de violência contra a mulher. Outros casos mais comuns são: ameaça (22,4%), uso de objeto perfurante/cortante (8,2%), objeto contundente - como pedaço de madeira ou ferro (4,8%) e enforcamento (3,8%).
O índice da reincidência também surpreendeu. Em 51,6% dos atendimentos foi registrada a reincidência, em aproximadamente 38 mil casos. Esse cenário é mais forte entre as vítimas entre 20 e 60 anos ou mais – índice chega a 62,5%.
Fonte: ultimo segundo
Gilv@n Vi@n@
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