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26 setembro, 2011

Região espanhola da Catalunha dá adeus às touradas

Monumental, de Barcelona, é palco de última apresentação de toureiros antes de proibição entrar em vigor em 1º de janeiro

Cerca de 20 mil espectadores assistiram à última apresentação dos toureiros na noite deste domingo na poderosa Catalunha, no nordeste da Espanha, em um adeus emotivo antes de uma polêmica proibição a essa tradição entrar em vigor.

Toureiro espanhol José Tomás se apresenta na arena Monumental, em Barcelona

Três dos principais toureiros espanhóis, incluindo o número 1 José Tomás, apresentaram-se no lotado  Monumental de Barcelona, a única praça de touros ainda em atividade na Catalunha. Aposentado desde 2002, o matador madrilenho Tomás faz raras aparições desde 2007. O toureiro catalão Serafin Marin fechou a luta matando o último de seis touros sob grande aplauso. Depois, vários fãs invadiram a arena para pegar montes de areias como suvenir.

O Parlamento da Catalunha proibiu o esporte em julho de 2010, depois de uma petição ter sido apresentada por ativistas dos direitos dos animais. O banimento não entra em vigor até 1º de janeiro, mas a tourada deste domingo é a última programada na temporada.
O setor das touradas ainda está convencido de que tem uma chance de derrubar a proibição e trazer na próxima temporada os touros de volta à Catalunha, a única região da Espanha que proibiu o esporte - ou a arte, como seus fãs a enxergam.
"Acho que os políticos pensarão duas vezes sobre a proibição e a tourada continuará", disse Moisés Fraile, de 64 anos, proprietário do El Pilar, que forneceu os touros para o espetáculo deste domingo.
"Há vários catalisadores que poderiam fazer com que a proibição fosse derrubada", disse Paco March, crítico de touradas do La Vanguardia, o principal jornal da Catalunha.
March diz que o conservador Partido Popular - uma das principais forças políticas da Espanha - luta contra a proibição, tomando como referência a Constituição, e a Federação das Touradas da Catalunha está coletando assinaturas para entrar com uma petição no Congresso espanhol.
Os problemas econômicos da Espanha também poderiam ser um fator decisivo na questão, já que os governos regionais como o da Catalunha estão sob enorme pressão para reduzir gastos e ajudar o país a cortar seu déficit público, enquanto tentam se esquivar da crise da dívida da zona do euro.
Tais medidas de austeridade poderiam dificultar para o governo catalão pagar ao proprietário do Monumental, Pedro Balañá, vários milhões de euros pelo prédio.
Touradas em vias de extinção
Mesmo que o lobby pró-touradas consiga reabrir o Monumental, a cada ano menos espanhóis vão às praças de touros. O número de touradas encolheu 34% entre 2007 e 2010, segundo dados oficiais. A praça Las Arenas, de Barcelona, fechou nos anos 1970 e atualmente é um shopping center.
"Não conheço ninguém com a minha idade que vá a uma tourada. Não é uma tradição catalã, mas da Andaluzia ou de Extremadura. O fato de que o touro seja tratado tão mal mesmo antes da luta deveria acabar com qualquer tradição", disse Laia Gómez, de 31 anos, funcionária do serviço público, em Barcelona.
Jovens espanhóis não sabem os nomes dos principais toureiros e sentem dificuldade em explicar para um estrangeiro as regras da tradição.
Fonte: iG São Paulo  
 Gilv@n Vi@n@

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