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06 setembro, 2011

Doar sangue salva vidas além da transfusão

Milhares de pessoas dependem de medicamentos produzidos a partir do plasma. A produção de hemoderivados significa um melhor aproveitamento do sangue doado

A doação de sangue é um gesto solidário que ajuda a salvar a vida de milhões de brasileiros todos os anos. E não só por meio da transfusão. Além das vítimas de graves acidentes, dos pacientes que irão se submeter a cirurgias delicadas ou que estão com alguma deficiência momentânea no organismo, por exemplo, milhares de cidadãos dependem de medicamentos que são produzidos a partir de um dos componentes do sangue: o plasma, mais especificamente aquele que não chega a ser utilizado no ato transfusional. São os chamados hemoderivados, atualmente 100% importados, mas que em 2014 serão fabricados pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), vinculada ao Ministério da Saúde, na sua unidade fabril que está em construção em Pernambuco.
A produção de hemoderivados significa um melhor aproveitamento deste hemocomponente. Isto porque, após a doação voluntária nos hemocentros, o sangue é dividido em concentrado de hemácias e concentrado de plaquetas, ambos 100% aplicados nas transfusões, e plasma, do qual só se utiliza 30%. Este excedente é o que é enviado para a indústria, a fim de ser transformado em medicamento, portanto, sem prejudicar o ato transfusional. Os derivados do sangue são fundamentais para a sobrevivência de 11,5 mil pessoas com hemofilia e 1,5 mil portadores de imunodeficiências primárias, além de cerca de 50 mil pessoas por ano que apresentem enfermidades que exijam administração de albumina ou imunoglobulina.
Apesar de todos esses benefícios, a doação voluntária de sangue no País ainda é considerada insuficiente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, para manter os estoques, é preciso que 4% da população seja doadora regular. No Brasil, este número é pouco menor que 2%. São cerca de 3,6 milhões de doações por ano, resultando em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial. Além da sensibilização constante da sociedade, que vem sendo feita pelo Ministério da Saúde, é necessário investir no aumento da quantidade desta matéria-prima. Por isso, a Hemobrás está assinando contratos de incentivo com 120 hemocentros para aperfeiçoar processos de produção, qualificação e armazenagem do plasma nos serviços.
Desde julho, oito unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Paraná, Pernambuco e Bahia já firmaram parceria com a estatal. No primeiro ano de contrato, a Hemobrás espera ampliar em 20% este total de 150 mil litros. Isso será possível graças ao emprego dos recursos na compra de maquinário, manutenção preventiva de equipamentos, contratação de mais profissionais para trabalhar, além da melhoria do controle da qualidade do plasma. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica em Pernambuco comece a operar, uma vez que sua capacidade chegará ao processamento de 500 mil litros de plasma/ano.
Fonte: portalsaude.saude.gov.br
Da Agência Saúde – ASCOM/HEMOBRAS
81/3327-5780

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