No segundo dia de visita a Madrid, o Papa Bento XVI encontrou-se com 1665 jovens freiras no Pátio dos Reis do Mosteiro de El Escorial e falou sobre o seu modo de vida: "Assiste-se a uma espécie de eclipse de Deus" que "é mais do que isso, é uma verdadeira recusa do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com risco de perder aquilo que nos caracteriza mais profundamente", disse o Papa.
Para combater essa onda de descrença, defendeu o antigo cardeal Ratzinger, deve-se optar pela radicalidade, preferível ao relativismo e mediocridade. Bento XVI explica que a "radicalidade evangélica" é estarmos "enraizados e edificados em Cristo e firmes na fé", o lema da 26.ª Jornada Mundial da Juventude, e "ir à raiz do amor a Jesus Cristo com um coração íntegro, sem antepor nada a esse amor". Também o arcebispo de Madrid, o cardeal Rouco Varela, destacou o esforço das jovens irmãs que colaboraram "com esplêndida generosidade" na organização da JMJ - que decorre na capital espanhola até domingo. "São o melhor da juventude da Igreja, da sociedade e, claro, de Espanha", continuou o cardeal.
Economia e acordos bilaterais Bento XVI e o primeiro-ministro espanhol, José Rodriguez Zapatero, discutiram ao fim da tarde soluções para a crise económica e os acordos bilaterais entre o Vaticano e Espanha. Ambos concordaram na manutenção dos pactos e Zapatero comprometeu-se a "aplicar com eficácia as medidas de ajuste adoptadas" pelo governo para lutar contra a crise. Em cima da mesa da reunião oficial esteve também a situação de fome no Corno de África, sobre a qual apelaram à comunidade internacional que "redobre os esforços" para fazer chegar ajuda humanitária ao local.
O encontro deixou de parte a discussão sobre o Vale dos Caídos, um memorial franquista a 40 quilómetros de Madrid em memória dos franquistas mortos na Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939 e que serve de túmulo ao ditador Francisco Franco. Em 1960, o Papa João XXIII declarou a igreja do memorial como uma basílica menor. Durante a primeira legislatura de Zapatero, a lei da memória histórica determinou que se mantivesse o controverso monumento, como forma de lembrar as vítimas do franquismo, incluindo os presos políticos que foram obrigados a participar na sua construção, e em 2007 foi aprovada, por todos os partidos políticos da assembleia, a despolitização do local.
Ainda durante a manhã de ontem, Bento XVI esteve reunido com um grupo de professores universitários - profissão que exerceu durante 25 anos - no interior do mosteiro e reprovou a "visão utilitarista" da educação actual. O Papa alerta que "quando apenas a utilidade e o pragmatismo imediatos dominam como critérios principais, as perdas podem ser dramáticas" e podem resultar tanto em "abusos sem limites da ciência" como em "totalitarismo político". O Santo Padre sublinhou que as Universidades são instituições que não devem ceder "nem a ideologias fechadas ao diálogo racional, nem aos servilismos de uma simples lógica de mercado, que vê o Homem como um mero consumidor". O Papa encorajou os professores para que sejam humildes e lembrou-os que "a verdade estará sempre para além do nosso alcance. Podemos procurá-la e aproximarmo-nos dela, mas não a podemos possuir totalmente" e defende que os docentes devem trabalhar para que o ensino não seja apenas uma comunicação de conteúdos, mas sim a partilha da verdade com os seus alunos. "Os jovens precisam de verdadeiros mestres, pessoas abertas à verdade total em todos os ramos do saber, que saibam ouvir e que vivam, no seu interior, esse diálogo interdisciplinar", afirmou.
No Palácio da Zarzuela, o Papa Bento XVI foi recebido pelo rei Juan Carlos e pela rainha Sofia, acompanhados dos príncipes das Astúrias e da infanta Elena. À entrada do palácio, os reis e o Papa trocaram presentes - o rei Juan Carlos presenteou Bento XVI com uma edição fac-símile das Cantigas de Alfonso X que inclui os rituais litúrgicos da segunda metade do século XIII, comentados em galaico-português. Já o Papa entregou ao monarca um mosaico, pintado num estúdio do Vaticano empregando a mesma técnica utilizada nos mosaicos da Basílica de S. Pedro, com uma imagem da embaixada espanhola na Santa Sé.
O encontro deixou de parte a discussão sobre o Vale dos Caídos, um memorial franquista a 40 quilómetros de Madrid em memória dos franquistas mortos na Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939 e que serve de túmulo ao ditador Francisco Franco. Em 1960, o Papa João XXIII declarou a igreja do memorial como uma basílica menor. Durante a primeira legislatura de Zapatero, a lei da memória histórica determinou que se mantivesse o controverso monumento, como forma de lembrar as vítimas do franquismo, incluindo os presos políticos que foram obrigados a participar na sua construção, e em 2007 foi aprovada, por todos os partidos políticos da assembleia, a despolitização do local.
Ainda durante a manhã de ontem, Bento XVI esteve reunido com um grupo de professores universitários - profissão que exerceu durante 25 anos - no interior do mosteiro e reprovou a "visão utilitarista" da educação actual. O Papa alerta que "quando apenas a utilidade e o pragmatismo imediatos dominam como critérios principais, as perdas podem ser dramáticas" e podem resultar tanto em "abusos sem limites da ciência" como em "totalitarismo político". O Santo Padre sublinhou que as Universidades são instituições que não devem ceder "nem a ideologias fechadas ao diálogo racional, nem aos servilismos de uma simples lógica de mercado, que vê o Homem como um mero consumidor". O Papa encorajou os professores para que sejam humildes e lembrou-os que "a verdade estará sempre para além do nosso alcance. Podemos procurá-la e aproximarmo-nos dela, mas não a podemos possuir totalmente" e defende que os docentes devem trabalhar para que o ensino não seja apenas uma comunicação de conteúdos, mas sim a partilha da verdade com os seus alunos. "Os jovens precisam de verdadeiros mestres, pessoas abertas à verdade total em todos os ramos do saber, que saibam ouvir e que vivam, no seu interior, esse diálogo interdisciplinar", afirmou.
No Palácio da Zarzuela, o Papa Bento XVI foi recebido pelo rei Juan Carlos e pela rainha Sofia, acompanhados dos príncipes das Astúrias e da infanta Elena. À entrada do palácio, os reis e o Papa trocaram presentes - o rei Juan Carlos presenteou Bento XVI com uma edição fac-símile das Cantigas de Alfonso X que inclui os rituais litúrgicos da segunda metade do século XIII, comentados em galaico-português. Já o Papa entregou ao monarca um mosaico, pintado num estúdio do Vaticano empregando a mesma técnica utilizada nos mosaicos da Basílica de S. Pedro, com uma imagem da embaixada espanhola na Santa Sé.
Fonte: ionline.pt
Gilv@n Vi@n@
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