FÁTIMA CARDOSO - Coordenadora do SINTE RN |
Trabalhadores em greve definem novas ações na próxima assembleia
Os Trabalhadores em Educação do Estado realizam nova assembleia na próxima segunda-feira (18). O encontro - na Escola Estadual Winston Churchill, às 14h30 – definirá as próximas ações do movimento grevista, que dura mais de 70 dias. A realização dessa assembleia foi definida no último encontro da categoria, realizado nessa quinta-feira (14), que decidiu, por unanimidade manter a greve, apesar da decisão do TJRN.
Negociação
Sinte encaminha ofício ao Governo
Na tarde dessa quinta-feira (15), a direção do Sindicato encaminhou ofício à Governadoria e à Secretaria de Educação do Estado informando os motivos da continuidade do movimento paredista. Na ocasião, as reivindicações da categoria foram reafirmadas:
1- Antecipação dos 34% para os meses de julho, agosto e setembro;
2- Aplicação dos 21,76% de correção no mês de janeiro de 2012;
3- Totalização da tabela salarial do magistério em junho de 2012.
2- Aplicação dos 21,76% de correção no mês de janeiro de 2012;
3- Totalização da tabela salarial do magistério em junho de 2012.
O Sindicato deixou claro, ainda, o interesse em flexibilizar a negociação propondo que os valores retroativos sejam escalonados em uma discussão pós-greve. Para a coordenadorqa geral do Sinte, o Sindicato tem dado bom exemplo de diálogo. “Resta ao governo aproveitar esse diálogo para desfazer qualquer imagem negativa em relação aos serviços da Educação e de seus profissionais. Esse é o caminho para a superação do impasse”, disse.
NOTA DE FALECIMENTO
Morre ex-diretora do SINTE-RN
Morreu na madrugada de hoje(15) a ex-diretora do Sinte-RN, professora Francisca Alves, a Fankinha. Ela lutava contra um câncer. Segundo a diretora de assuntos jurídicos do Sinte-RN Vera Messias, ontem, Fankinha passou mal e foi hospitalizada, mas não resistiu. O velório está sendo realizado no ginásio de esportes de João Câmara, cidade onde Fankinha residia. O sepultamento será às 17h na mesma cidade. “Nós perdemos uma amiga e a luta em defesa da educação perde uma guerreira”, lamenta a coordenadora do Sinte-RN, Fátima Cardoso.
Greve
Greve dos professores já é a maior realizada no Estado
Por: Gazeta do Oeste, em 15/07/2011 às 08h48
Os professores do Estado decidiram, por unanimidade, que a greve encampada pela categoria vai continuar. A decisão foi tomada ontem à tarde, 14, durante uma assembleia realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE). Os docentes adotaram a mesma postura que já tinha sido tomada em Natal, pela manhã.
Com isso, o movimento paredista, deflagrado, inicialmente, na capital do Estado, no dia 28 de abril e em Mossoró no dia 29, completa 79 dias de sua deflagração e se torna a maior greve do Rio Grande do Norte, embora, oficialmente, só tenha sido iniciada no dia 2 de maio.
Paralisação desse porte tinha sido realizada apenas no ano de 1979, durante o governo de Geraldo Melo, conforme informou o coordenador regional do Sinte, Rômulo Arnaud. “Por unanimidade, a greve continua”, afirma.
Diante da negativa do governo em acatar as reivindicações dos professores, a categoria resistiu até mesmo à decisão do Pleno de desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), que acatou o pedido do Governo do Estado e julgou a greve como sendo ilegal, na quarta-feira passada, 11.
Rômulo Arnaud explica que a decisão não pune os professores, ela apenas estipula o pagamento de multa diária no valor de R$ 10 mil. Ele menciona ainda que o governo ganhou a tutela antecipada, mas a categoria, através de seus advogados, irá recorrer para que o plenário reveja a posição e anule a multa. Caso isso não seja possível, o coordenador menciona que o sindicato está consciente da situação e irá arcar com as consequências.
O coordenador enfatiza que a decisão adotada pela categoria nada tem a ver com uma queda de braço com a Justiça. A consideração acerca da ilegalidade da greve, no entanto, não intimidou os professores e o movimento parece ganhar fôlego.
“Cada ação tem uma reação”, afirma o coordenador do Sinte, acrescentando que a atitude do governo em judiciar a greve despertou um sentimento de revolta muito grande nos professores.
A categoria, a exemplo de muitas outras, não chegou a ser recebida pela governadora. De acordo com Rômulo Arnaud, houve uma conversa com o secretário da Casa Civil do Governo do Estado, Paulo de Tarso, porém, não houve avanço em relação à situação dos professores.
Hoje haverá uma reunião com o comando de greve para definir ações do movimento paredista e na próxima terça-feira, às 8h, na sede do Sinte, os docentes se reunirão em nova assembleia.
Hoje haverá uma reunião com o comando de greve para definir ações do movimento paredista e na próxima terça-feira, às 8h, na sede do Sinte, os docentes se reunirão em nova assembleia.
Greve
Trabalhadores de Mossoró terão assembleia
A regional do Sinte em Mossoró realiza assembleia da categoria na próxima terça-feira (19), na sede do Sinte, às 8h. Trabalhadores tomarão novas decisões em relação à greve.
Estado
O discurso bonitinho e ordinário do governo sobre a educação
Por: Fábio Faria, em Diário de repórter
É bonitinho, mas ordinário o discurso do Governo do Estado de que está preocupado com os estudantes por ocasião da greve dos professores da rede estadual de ensino. Tão cínico e artificialmente fabricado que não convence nem os mais ingênuos.
Não há preocupação com a qualidade de ensino e com educação no Estado. E não é de agora. É histórico. O fato é perceptível, por exemplo, quando se observa que a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) não tem autonomia financeira e depende da boa vontade do governo e de parlamentares para investir o próprio orçamento
Isso sem falar nos professores universitários de UERN que ganham um dos salários mais baixos do país . No caso do ensino médio estadual, a distorção é ainda mais dramática: escolas com estrutura precária, salários insignificantes para os professores e uma secretaria estadual de educação dependente da politicagem de liberação de verbas do governo para se mexer.
Em sete meses, o governo Rosalba não moveu uma palha para resolver o problema da educação no RN. Investiu 55% do mais de 60 milhões que recebeu do Fundeb na área, quando a lei exige que o mínimo de 60% seja aplicado e – em tempos de Lei de Responsabilidade Fiscal – gastou mais com diárias do que com educação básica.
Não bastasse, por pura falta de tato e de espírito republicano, teve que começar a colher desgaste em meio à população para iniciar as negociações com os professores, em greve há mais de dois meses. Uma briga de gato e rato que pode ser decidida nas instâncias superiores da justiça.
O governo precisa definir prioridades e aplicar o dinheiro no Estado nelas. Se a prioridade é educação, por que esperou dois meses para pagar o piso de R$ 890 para professores que recebiam pouco mais de R$ 600, como manda a lei? Por que não investiu corretamente os recursos do Fundeb, como manda a lei?
Agora, dedo em riste, acusa os professores de serem antidemocráticos por descumprir a determinação do Tribunal de Justiça para o fim do movimento grevista. A grande incoerência fica na moral do governo que, descumpre as leis que interessam e exige o cumprimento daquelas que lhe interessam. E, para isso, usam o argumento de cunho apelativo como a de que está preocupado com os estudantes.
Conceder um reajuste que, ao menos, diminua o abismo salarial entre um professor da rede estadual e um servidor da administração direta e indireta do estado é obrigação moral do governo. É absurdo constatar que um professor de nível superior tenha um salário base de R$ 930 enquanto um servidor – burocrata, mero assinador de papéis – tenha vencimento básico de R$ 2 mil.
Se o governo quer tirar o Rio Grande do Norte da lanterna do ensino público do país, é bom tratar de eliminar essa intransigência na negociação com os professores, alocar mais recursos para a educação para, assim, transformar a leviandade do discurso de que está preocupado com a educação em realidade.
Imprensa
Alguns veículos de comunicação sugerem que Sindicato desrespeita a Justiça
A decisão dos Trabalhadores em Educação do Estado, de continuar o movimento grevista, tem repercutido em toda a imprensa potiguar. Em algumas situações, de forma negativa para os educadores, como é o caso dos veículos Novo Jornal e O Jornal de Hoje, destas quinta e sexta-feira (14 e 15).
Com as manchetes “Professores em greve dão nota zero a justiça” e “Professores do Estado desafiam a Justiça e resolvem manter greve” os jornais citados sugerem a existência de uma queda de braço entre a categoria e o judiciário. Esse julgamento feito por uma parte da grande imprensa local contradiz a visão do Sindicato, como ressalta a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso. “Temos dito constantemente que nosso objetivo não é desrespeitar qualquer poder, seja executivo ou judiciário. Nosso objetivo é simplesmente garantir direitos que já foram alcançados a duras penas pelos trabalhadores.”, afirma a sindicalista.
O respeito do Sindicato pela justiça é reforçado pela forma como o processo de negociação com o governo tem considerado a participação do judiciário. “Se não respeitássemos não daríamos encaminhamento ao processo de negociação na justiça. No entanto, entraremos com uma ação para garantir um direito que o próprio judiciário reconhece como legítimo.”, afirmou a dirigente.
Outros veículos de comunicação, no entanto, têm destacado tanto a visão do Sindicato, quanto a do Governo e a da Justiça, contribuindo, de fato, para o esclarecimento da população no que diz respeito às negociações.
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