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11 agosto, 2013

PSDB BLINDADO PELA MÍDIA

Para especialistas, cobertura da imprensa em relação ao caso de corrupção no Metrô e na CPTM mostra partidarismo dos veículos de comunicação
O governo tucano de São Paulo fica cada vez mais enredado no caso de cartel das licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Documentos apresentados pela Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) comprovariam o pagamento de propinas a autoridades envolvidas no esquema que lesou os cofres públicos paulistas em pelo menos R$ 425 milhões.

As denúncias de cartel são investigadas pela Operação Linha Cruzada, realizada pelo Cade em conjunto com a Polícia Federal. As suspeitas apontam para o envolvimento de 13 empresas na formação de cartel em seis licitações para aquisição de trens, manutenção e construção de linhas ferroviárias e de Metrô em São Paulo e no Distrito Federal.

As fraudes, ocorridas entre 1998 e 2007, começaram a ser reveladas pela Siemens em julho, depois de um acordo de delação premiada para garantir imunidade para a companhia e seus executivos.

Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, o Cade analisa diários da Siemens que contêm registros sobre as reuniões entre representantes da transnacional alemã e o governo de São Paulo. De acordo com os documentos, o cartel, apelidado de a “grande solução”, era o desfecho preferido pela Secretaria de Transportes por garantir “tranquilidade na concorrência”.

O cartel em São Paulo teria sido formado em 2000, no governo de Mário Covas (PSDB), para a construção da linha 5 do Metrô, e continuado durante as gestões de Geraldo Alckmin (2001-2006) e também no primeiro ano do governo de José Serra (2007). A ideia era formar um consórcio único para vencer licitações e depois subcontratar as empresas perdedoras, o que acabou acontecendo.

Apesar da magnitude, o esquema de corrupção começou a ser noticiado de forma tímida na imprensa corporativa. Em sua edição de 14 de julho, a Folha de S.Paulo trouxe o assunto em uma manchete e repercutiu as denúncias no dia seguinte. O jornal só deu visibilidade ao caso novamente em 2 de agosto, com uma matéria sobre os diários da Siemens. Seu concorrente, o Estado de S.Paulo, não aproveitou o hiato da Folha para dar repercussão ao caso – publicou apenas matérias curtas e sem destaque.

Quem deu fôlego às denúncias foi a revista IstoÉ, que apresentou duas reportagens de capa sobre a formação do cartel. As outras semanais não se interessaram muito. Com exceção da Carta Capital, que abordou a denúncia em suas páginas, Veja e Época trataram do caso em poucas linhas – nenhuma das duas cita nomes de autoridades envolvidas.

Nos canais de TV, o silêncio é ainda maior. As emissoras repercutiram pouco o caso. O Jornal Nacional, da TV Globo, só trouxe o assunto à tona em 2 de agosto, depois de as denúncias terem sido abordadas em jornais, revistas e, principalmente, nas redes sociais.
Por Patrícia Benvenuti
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