Com apoio de 40 dos 55 vereadores, comissão será presidida por Paulo Fiorilo (PT), da base aliada de Haddad
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Vereadores aprovam a criação da CPI para investigar contratos do transporte público da capital |
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (27) o requerimento para a criação da CPI dos Transportes, que pretende investigar os contratos das empresas de transporte público na capital paulista. Com apoio de 40 vereadores, a comissão será presidida por Paulo Fiorilo (PT), autor da proposta aprovada e integrante da base aliada do prefeito Fernando Haddad.
Para funcionar já no recesso que começa na próxima segunda-feira, as bancadas se apressaram para indicar os membros. Além de Fiorilo, Dalton Silvano (PV), Edir Salles (PSD), Milton Leite (DEM), Adilson Amadeu (PTB), Nelo Rodolfo (PMDB) e Eduardo Tuma (PSDB) farão parte da composição da CPI.
Hoje, às 10h, eles se reunirão para decidir de quem será a relatoria. O líder tucano na Casa defende que a relatoria fique com Tuma, para que a CPI "chapa branca" não dê em nada. "Se depender do governo, nada vai ser investigado", atacou Floriano Pesaro.
Fiorilo voltou a defender sua proposta de CPI, que nega ser "chapa branca". Disse que o seu pedido de investigação determina um escopo, ou seja, um objeto único de investigação, que é a planilha que estabelece o preço da tarifa. "O PT entendeu que é possível fazer o debate por meio de uma CPI. Nós vamos presidir uma CPI com objeto que será averiguado", defendeu. Dos 53 vereadores presentes, 11 votaram contra a preferência da instalação da CPI de Fiorilo, e 2 se abstiveram.
Outros dois pedidos de CPI dos Transportes foram apresentados pela oposição, mas não obtiveram apoio suficiente: um do vereador Ricardo Young (PPS) e outro de Paulo Frange (PTB).
Young disse não estar frustado por entender que só depois da sua pressão e da pressão popular o governo entendeu que uma investigação era "inevitável e necessária", e só lamenta pelo formato em que a CPI será instalada, com "maior espaço para base do governo", com menor escopo e menos membros. "O governo não quer ser controlado pela sociedade, e quer manter o controle dessa CPI", disse. De fora da comissão por causa da proporcionalidade partidária - o PPS só tem dois vereadores na casa, o que exclui da conta que define as composições - Young promete participar ativamente dos trabalhos, acompanhando as reuniões e fazendo os requerimentos possíveis.
Ontem, os vereadores aprovaram a existência de uma terceira CPI na Casa, já que o regimento permite apenas o funcionamento de duas simultaneamente. O governo enfrentou dificuldades em articular contra a abertura da terceira comissão, dentro do próprio PT e entre parlamentares da Frente Parlamentar Cristã, insatisfeitos com os vetos de Haddad a um projeto que flexibilizaria a concessão de alvarás para templos religiosos.
Em resposta aos protestos, Haddad afirmou que vai suspender a bilionária licitação dos ônibus da cidade , a maior da história da Prefeitura de São Paulo. Ele fez o anúncio em entrevista ao programa SPTV da TV Globo. O custo da nova licitação, que valeria por até 15 anos, era de R$ 46,3 bilhões.
Pressão para aprovar CPI
As galerias do plenário estavam cheias, com manifestantes e representantes de cooperativas de ônibus da capital. A maioria da Fecotransp, representada por Paulo Korek Farias, também presidente da Cooperlíder, empresa que opera nos consórcios das áreas 6 e 7, na zona Sul de São Paulo. A região abrange zonas eleitorais de Milton Leite, principal cotado para assumir a relatoria da CPI, e de Arselino Tatto, líder do governo. Integrantes do Movimento Passe Livre também foram à Câmara para pedir a abertura da CPI.
GILV@N VI@N@
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