Jovens da região da Serra da Mesa, em Goiás, enfrentam sono e cansaço para aprender.
Érica Souza dos Santos é uma jovem de 17 anos como outra qualquer. Vaidosa, ela está terminando o ensino médio, sonha em fazer vestibular e se tornar uma médica. Mas, ao contrário da maioria dos estudantes da sua idade, não pode se preocupar só com as dificuldades de aprendizagem para alcançar seus objetivos.
Todos os dias, Érica precisa superar um desafio geográfico para estudar. Moradora da área rural da Serra da Mesa, noroeste de Goiás, a jovem percorre 100 quilômetros para chegar à escola. E o mesmo trecho para voltar. Não há colégios rurais na região, que está sob a responsabilidade da Prefeitura de Niquelândia. Os alunos estudam na sede do município.
A saga dela e de outras 30 crianças e adolescentes para chegar ao colégio. Érica acorda às 2h40, assim como a maioria dos outros estudantes. Pouco antes das 4h, precisa estar no ponto do ônibus. Ela anda um quilômetro para isso, mas outras crianças têm de andar 12 quilômetros ou mais e precisam da carona de vizinhos que têm carro.
O trajeto é outro desafio. Dos 100 quilômetros, 60 km são percorridos em estrada de chão. Na madrugada escura, animais, buracos e outros veículos quebrados são comuns. O estado de conservação do ônibus escolar que os leva é precário. As janelas não fecham direito, não há cinto de segurança, muitos bancos estão quebrados.
Chegar ao colégio é uma aventura demorada – cerca de três horas – que, muitas vezes, não se completa. Érica diz que atrasos e faltas fazem parte da rotina dos estudantes que dependem do transporte escolar. Por isso, ela diz que se sente em desvantagem para realizar o sonho de estudar Medicina. “A situação prejudica muito a gente. Não aprendo direito”, reconhece.
Todos os dias, Érica precisa superar um desafio geográfico para estudar. Moradora da área rural da Serra da Mesa, noroeste de Goiás, a jovem percorre 100 quilômetros para chegar à escola. E o mesmo trecho para voltar. Não há colégios rurais na região, que está sob a responsabilidade da Prefeitura de Niquelândia. Os alunos estudam na sede do município.
A saga dela e de outras 30 crianças e adolescentes para chegar ao colégio. Érica acorda às 2h40, assim como a maioria dos outros estudantes. Pouco antes das 4h, precisa estar no ponto do ônibus. Ela anda um quilômetro para isso, mas outras crianças têm de andar 12 quilômetros ou mais e precisam da carona de vizinhos que têm carro.
O trajeto é outro desafio. Dos 100 quilômetros, 60 km são percorridos em estrada de chão. Na madrugada escura, animais, buracos e outros veículos quebrados são comuns. O estado de conservação do ônibus escolar que os leva é precário. As janelas não fecham direito, não há cinto de segurança, muitos bancos estão quebrados.
Chegar ao colégio é uma aventura demorada – cerca de três horas – que, muitas vezes, não se completa. Érica diz que atrasos e faltas fazem parte da rotina dos estudantes que dependem do transporte escolar. Por isso, ela diz que se sente em desvantagem para realizar o sonho de estudar Medicina. “A situação prejudica muito a gente. Não aprendo direito”, reconhece.
Rotina de dificuldades
Os moradores da região da Serra da Mesa colecionam histórias de problemas com o transporte. Histórias de medo e insegurança em mandar os filhos para a escola. Eles sabem que o único jeito de mudar o futuro dos filhos é investindo nos estudos. Mas não acreditam que, com as condições que enfrentam, vão atingir os objetivos.
“Mais de três vezes eu tive de sair daqui e resgatar meus filhos no meio da estrada porque o ônibus tinha quebrado. É Deus que bota a mão e protege, porque, outro dia, a roda do ônibus saiu no meio da viagem. A gente manda os filhos pra escola com muito medo”, conta Juvenal José dos Santos, 60 anos, pai de dois estudantes da região.
Assim como a maioria dos pais, ele trabalha em uma chácara à beira do Lago da Serra da Mesa. O lago foi formado para a construção da usina hidrelétrica de mesmo nome. A bonita paisagem do local faz a população de lá se sentir no paraíso. Porém, pagam caro o preço de viver com tanta beleza.
“Morar no paraíso é bom, mas é difícil demais. É um sofrimento para nós e para as crianças. Tenho dois filhos na escola, de 12 e 10 anos. Estou enrolando para mandar o caçula, de 5 anos, porque me dá pena. Eles só brincam no fim de semana. Chegam em casa mortos de cansaço”, desabafa Rozangela Alves da Silva, 36 anos.
Há sete anos, Tatiana Taqueda Bastos, de 16 anos, estudante do 1º ano do ensino médio, encara a rotina de acordar às 2h30 da manhã e dormir às 18h30. Assim como os outros alunos, Tatiana vive quase em função de ir e voltar do colégio. Retorna das aulas para casa às 15h30. Em três horas precisa fazer as tarefas e ajudar a mãe a arrumar a casa.
“A gente já dormiu na estrada uma vez. Às vezes, temos pique de estudar. Às vezes, a gente dorme na mesa”, conta. Os moradores relatam que os motoristas – os ônibus são terceirizados – mudam muito. “O que está agora parece responsável. Mas o ônibus quebra direto e, se as crianças faltam, o Conselho Tutelar vem em cima da gente. Como a gente faz?”, lamenta Domingas Souza das Neves, 30 anos, mãe de uma aluna.
Gilv@n Vi@n@
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