"Parece que todo mundo quer ser governo. Em alguns casos chega a ser imoral”, disse um alto dirigente do PT
O PSD, criado por Kassab, está enfraquecendo a força do PSDB em vários Estados |
Embora ainda não existam balanços oficiais, os números preliminares do troca-troca partidário na reta final do prazo de filiação para os candidatos às eleições municipais do ano que vem mostram um quadro amplamente desfavorável para os partidos de oposição.
“É natural que os políticos busquem se aproximar dos governos mas nunca vi nada parecido com o vale tudo deste ano. Parece que todo mundo quer ser governo. Em alguns casos chega a ser imoral”, disse um alto dirigente do PT que pediu para não ser identificado porque “não quer meter a colher na cumbuca alheia”.
Segundo líderes do PSDB, o partido corre o risco de ficar fora da disputa ou ter candidatos fracos em cidades importantes como Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador e Recife. Em São Paulo, berço do partido, os tucanos devem enfrentar três candidaturas ligadas ao governo (PT, PMDB e PSD) e sofrem assédio do prefeito, Gilberto Kassab, para apoiar o candidato do PSD (Guilherme Afifi ou Henrique Meirelles), algo inimaginável há alguns meses.
No Ceará, terra do ex-governador Tasso Jereissati, aproximadamente 40 dos 53 prefeitos tucanos migraram para o PSD. Quatro dos sete deputados estaduais e um dos dois deputados federais tucanos no estado seguiram o mesmo caminho.
No Maranhão, outros 40 prefeitos tucanos também migraram para o partido de Kassab.
No Rio de Janeiro, a vereadora Patrícia Amorim, presidente do Flamengo e cogitada para disputar a prefeitura pelos tucanos, deixou o PSDB para se filiar ao PMDB do governador Sérgio Cabral.
Na Bahia, o DEM perdeu cerca de 70 prefeitos também para o PSD, segundo estimativa do secretário geral pessedista, Saulo Queiroz. Segundo ele, dos aproximadamente 620 prefeitos que se filiaram ao partido em todo o Brasil, entre 250 e 280 são do DEM.
Nos casos dos três estados do Nordeste, a migração maciça para o PSD contou com o aval de governadores de outros partidos que integram a base do governo Dilma, Cid Gomes (PSB), Jaques Wagner (PT) e Roseana Sarney (PMDB).
“O peso do governador não é brincadeira, não. Ainda mais em uma eleição municipal. No Nordeste os prefeitos vinculados ao PSDB e ao DEM tem uma vontade muito grande de buscar o cobertor governamental”, disse Queiroz, que chegou a brincar com o assunto. “Cobertor, não. Como no Nordeste faz muito calor eles estão buscando um guarda-sol”, completou o secretário-geral do PSD.
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