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26 agosto, 2011

Especialistas manifestam preocupação com ritmo da extinção de espécies

Estudos apresentados por professores no Senado mostram que mudanças climáticas aceleraram a redução da biodiversidade no país. Duplicação das áreas degradadas a cada década também exige atenção, dizem eles 
Roberto Cavalcanti, Thomas Lovejoy, Cristovam Buarque e Miguel Marini: expectativa de que Rio+20 resulte em medidas que diminuam impacto das mudanças no clima
 Especialistas reunidos pela Subcomissão de Acompanhamento da Rio+20 e do Regime Internacional sobre Mudanças Climáticas previram ontem mais transformações nos ecossistemas devido a mudanças no clima, o que pode levar a uma aceleração no ritmo de extinção de espécies. O objetivo da audiência, presidida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), era discutir formas de ­preservar a biodiversidade.
Miguel Ângelo Marini, professor da Universidade de Brasília, mostrou que as espécies que não forem perdidas viverão em regiões mais restritas e tenderão ao deslocamento para áreas mais favoráveis. No caso do Brasil, o aumento da temperatura causará migração das espécies para o sul, onde faltam unidades de conservação para abrigá-las.
A transformação poderá se tornar um problema de saúde pública, alertou Marini, citando como exemplo a expansão da área sujeita à leishmaniose. O cientista acredita que o Brasil deva ampliar seus estudos sobre o meio ambiente para colocar-se à altura da importância do país na biodiversidade mundial.
Thomas Lovejoy, professor de Política Ambiental da Universidade George Mason (EUA), exaltou a riqueza da biodiversidade brasileira e assinalou os benefícios na área farmacêutica e agrícola gerados pelas pesquisas da Embrapa. O professor lamentou, porém, as elevadas taxas de extinção de espécies no Brasil.
A situação pode se agravar, segundo Lovejoy, com o aumento previsto de 2 graus na temperatura mundial, o que seria excessivo para a sobrevivência de muitas espécies. Outra preocupação é com o número de áreas mortas, que estão duplicando a cada década, com consequências para a ­agricultura e a pesca.
Roberto Cavalcanti, também da UnB, afirmou que é preciso "dar uma chance" à biodiversidade. O professor fez uma longa exposição sobre as transformações de clima e de espécies no Cerrado e defendeu a criação de mecanismos mais sofisticados de inter-relação entre as áreas social, econômica e ambiental. Em sua opinião, a crescente importação de matérias-primas pela Ásia destaca a necessidade de manter no Brasil uma economia baseada na manutenção da diversidade.
Ao encerrar a reunião, Cristovam Buarque criticou o que chamou de pensamento majoritário dos economistas e destacou o conceito de capital natural. Ele se disse otimista com os resultados que serão obtidos a partir da conferência Rio+20, marcada para junho do próximo ano, no Rio de Janeiro. 
Fonte: senado.gov.br
Gilv@n Vi@n@ 

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