Católicos em festa para posse de 1º papa latino-americano
Roma amanheceu ensolarada e com dezenas de milhares de fiéis concentrados na Praça São Pedro à espera de Francisco, o primeiro papa latino-americano
A cerimônia
de posse do cardeal Jorge Mario Bergoglio como chefe da Igreja Católica
começou às 8h45 de Roma (4h45 em Brasília) com desfile no papamóvel. O
trajeto foi feito entre a Residência de Santa Marta e a Basílica de São
Pedro.
Ao entrar na Santa Sé, o papa rezou na capela da Pietá,
obra-prima do escultor renascentista Bernini e ponto de partida dos
rituais de posse. Francisco foi então para o túmulo de São Pedro, que os
católicos consideram o primeiro papa, e daí seguirá em procissão ao
centro da basílica.
Acompanhado de todos os cardeis e dos patriarcas das
igrejas orientais, Francisco receberá o anel e as vestes de São Pedro,
tomando posse então como primeiro papa latino-americano.
Delegações estrangeiras
Francisco e os cardeais seguirão em procissão à parte
externa da basílica, onde mais de 130 delegações estrangeiras estarão à
sua espera. Entre elas, mais de 30 chefes de Estado e governo, como a
presidente Dilma Rousseff.
Também estará presente a presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, com quem o ainda cardeal Bergoglio manteve uma
relação tensa no passado. Na segunda-feira, Cristina foi a primeira
chefe de Estado a ser recebida pelo novo papa.
Durante a missa, o Evangelho será cantado em grego, uma
referência às igrejas orientais. A homilia será em italiano, e o
restante da cerimônia em latim. Ao fim da cerimônia, o papa receberá o
cumprimento das autoridades.
A presidente Dilma Rousseff disse que irá pedir ao papa
que defenda as políticas para erradicação da pobreza no mundo. Dilma
também deve reforçar o convite ao papa para a Jornada Mundial da
Juventude, que vai ocorrer em julho, no Rio.
Surpresa e carisma
A escolha do cardeal Bergoglio, após apenas cinco
votações, surpreendeu os católicos, ao ser anunciado no início da noite
da última quarta-feira. O nome do argentino não estava entre os
favoritos, que eram, segundo vaticanistas, o arcebispo de Milão, Angelo
Scola, e do de São Paulo, Odilo Scherer.
O primeiro papa jesuíta adotou o nome de Francisco e diz
que fará um papado voltado aos pobres. Francisco já imprimiu marca
própria ao Vaticano, dominado nos últimos tempos pelo estilo solene de
Bento 16, o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos.
A preferência por simplicidade e simpatia do novo papa
tem sido destacada pela imprensa e por fiéis. Logo após a eleição de
Francisco, o Vaticano teve que negar suspeitas de que o ainda cardeal
Bergoglio não teria defendido dois sacerdotes jesuítas perseguidos pela
ditadura argentina.
Gilv@n Vi@n@
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