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06 março, 2012

Europa, em crise, ainda é a principal parceira do Brasil

Crise econômica na União Europeia pode fazer a economia brasileira perder um mercado de qualidade e aumentar a dependência do país em relação à China, alertam especialistas em audiência na CRE
Creomar Carvalho (E), embaixador Saint-Geours, Fernando Collor, José Augusto Guilhon e Francisco Carlos Teixeira
A crise econômica na União Europeia e a consequente redução de sua capacidade de importação poderão aumentar a dependência brasileira em relação ao mercado da China, alertaram especialistas, ontem, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores (CRE). Hoje, apesar das dificuldades enfrentadas, a Europa continua sendo a principal parceira do país, lembrou o embaixador da França no Brasil, Yves Saint-Geours.
Os participantes da audiência apontaram a necessidade de o Brasil diversificar a economia e buscar equilíbrio na busca de parceiros. O professor da Universidade de Campinas (Unicamp) José Augusto Guilhon previu que o principal impacto da crise europeia será a "perda de um mercado de qualidade para a economia brasileira, cada vez mais concentrada em commodities". O ideal para o país, segundo ele, seria manter um equilíbrio entre Estados Unidos, Europa e Ásia.
O professor Creomar Carvalho de Souza, da Universidade Católica de Brasília, citou outra "consequência tangível" da crise: o congelamento das negociações para um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Ele apontou "consequências intangíveis", como maior questionamento da Europa como referencial de modelo de integração. 
Francisco Carlos Teixeira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, disse que, em 2012, o mundo crescerá 4%, e a média dos países emergentes será acima de 6%. O comércio mundial avançará 6,7%, apesar da crise europeia.
— Não precisamos mergulhar em pessimismo. Às vezes, impactados pela mídia e por nossa relação emocional com a Europa, perdemos a dimensão do mundo. Hoje, existe uma globalização assimétrica que aponta para o crescimento. Temos uma novidade, um mundo policêntrico — disse.
Saint-Geours discordou, destacando que a Europa, em 2011, foi responsável por 20,5% das importações brasileiras (contra 14,5% da China) e por 20,7% das exportações (contra 17,3% da China).
— O saldo positivo do Brasil com a Europa foi de US$ 6 bilhões. Não podemos subestimar nossas relações — disse.
Presidindo a audiência, Fernando Collor (PTB-AL) disse que os atuais modelos econômicos "estão exauridos" e que é preciso repensar o futuro. Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu "um novo conceito de progresso", que leve mais em conta o bem-estar humano e o meio ambiente.
Ana Amélia (PP-RS) lamentou a demora em alcançar acordo entre o "competitivo" Mercosul e a Europa "ainda muito subsidiada". Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou a preocupação manifestada pela presidente Dilma Rousseff na Alemanha, quanto a um "tsunami financeiro" em razão do grande fluxo de capitais de países ricos para mercados emergentes. Saint-Geours respondeu que "a proposta em andamento na Europa é a de irrigar a economia, para dar-lhe possibilidade de se desenvolver, mas as taxas de juros no mundo não são as mesmas e o Brasil é muito atrativo". 
Fonte: senado.gov.br
Gilv@n Vi@n@

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