Papa Francisco pisou feio na bola!

Posto isso, digo com o maior respeito ao Papa Francisco: ele pisou na bola. No avião que o levou, ontem, do Sri Lanka para as Filipinas, Francisco foi interrogado por um jornalista francês sobre o atentado contra o semanário Charlie Hbdo, que terminou com 12 mortos.
Sem mencionar especificamente o ataque ou o nome da publicação, o Papa disse que tanto a liberdade de expressão como a liberdade religiosa “são direitos humanos fundamentais”. Até aí, tudo bem. De fato, são direitos humanos fundamentais. Que mais?
Francisco acrescentou: “Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender. É verdade que não se pode reagir violentamente, mas se Gasbarri [ Alberto Gasbarri, responsável pelas viagens internacionais do Papa ], diz uma palavra feia sobre minha mãe, pode esperar um murro. É normal!”
Não. Não é normal que um Papa, logo um Papa, admita que possa revidar com um murro alguma ofensa à sua mãe. João Paulo II, por exemplo, visitou em sua cela o pistoleiro turco que tentou matá-lo no Vaticano. O Papa perdoou-o por tê-lo atingido com vários tiros.
Respeito todas as religiões. Sou contra ofensas a qualquer uma delas. Mas reconheço como um dos direitos fundamentais do ser humano a livre expressão. Ele é superior a qualquer ofensa. Deve-se punir uma ofensa com o rigor da lei. Com a morte, jamais.
O porta-voz de Francisco viu-se em apuros para explicar o que ele quis dizer. Por mais que tenha esgrimido bem com as palavras, não convenceu. Duvido que Francisco concorde com a morte como meio de se responder a uma ofensa. Mas foi a impressão que deixou.
Por Ricardo Noblat
Gilv@n Vi@n@
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