Para marcar Dia dos Direitos Humanos, alta comissária da área pede em carta que uso da internet em defesa deles continue
A alta comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pede ao mundo que use as redes sociais para divulgar a data da promulgação destes direitos, que se comemora neste sábado. Em carta aberta, ela exalta a Primavera Árabe como exemplo a ser seguido.
Ela define 2011 como “um ano em que uma única palavra, que brotou da busca frustrada de um único jovem pobre de uma remota província da Tunísia, fez brotar um sentimento que rapidamente ressonou com grande intensidade”, relembrando dias depois os protestos tomaram conta da capital, Túnis, e, em quatros semanas, abalaram um regime autoritário.
Navi Pillay, Alta Comissária dos Direitos Humanos das Nações Unidas |
“Esse precedente, que revisou radicalmente a arte do possível, rapidamente se propagou pelas ruas e praças do Cairo e seguiu por outras cidades e povoados em toda a região, e com o tempo, chegaria a adotar diferentes formas pelo mundo. Essa palavra, essa busca, foi por dignidade”, diz a comissária, que além dos países árabes cita protestos em diferentes contextos em Madri, Nova York, Londres e Santiago.
“Eles disseminaram a promessa da Declaração Universal dos Direitos Humanos e exigiram a liberdade do medo e a liberdade da necessidade, que resumem todos os direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais contidos na Declaração. Eles lembraram aos governos e instituições internacionais que a saúde, educação, moradia, e o acesso à justiça não são bens que se vendem a uns poucos, mas sim direitos garantidos a todos, em todas as partes do mundo, sem discriminação”, afirma Pillay.
Para ela, em 2011, o conceito de poder mudou “no percorrer desse ano extraordinário” e a organização destes eventos se deve às redes sociais. “A mensagem desse inesperado despertar mundial não foi transmitida por satélites dos grandes grupos midiáticos, nem em conferências ou outros meios tradicionais, apesar do papel que eles desempenharam, mas sim pela dinâmica onda dos meios de comunicação das redes sociais”, diz, afirmando que sempre haverá censura, mas a possibilidade de governos monopolizarem a difusão da informação é cada vez menor.
“No Dia dos Direitos Humanos de 2011 peço que todos, em todas as partes do mundo, adiram à campanha lançada pelo meu escritório na internet e mídias sociais para ajudar mais pessoas a conhecer, exigir e defender seus direitos humanos. É uma campanha que deve continuar enquanto os abusos de direitos humanos persistirem.”
Fonte: iG São Paulo
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