Ministro da Fazenda participou da reunião do G20 realizada em Paris. Encontro terminou neste sábado
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou este sábado, em Paris, ao final da reunião dos ministros das Finanças das vinte maiores economias do planeta (G20), que o crescimento do Brasil poderá ser afetado pela crise internacional, como já se observa em alguns emergentes.
Mantega (esquerda) é recebido pelo ministro das Finanças e presidente do Banco Central da França |
Ante o alerta feito no encerramento do encontro pela diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, de que a crise nos países ricos se faz sentir nos emergentes, Mantega lembrou que China e Coreia começam a ver uma desaceleração de seu crescimento, o que "em algum momento poderá afetar o Brasil", embora até agora o país tenha escapado, graças a um bom "desempenho comercial", particularmente das commodities.
O ministro da Fazenda lembrou que a solução para atacar a crise da dívida "está nas mãos dos europeus", pois eles "têm liquidez para fazer frente" tanto à recapitalização dos bancos, quanto à ajuda à Grécia, que está mergulhada em uma dívida gigantesca que beira os 170% do PIB.
Anfitrião do encontro, o ministro da Fazenda francês "(François) Baroin me garantiu que os europeus vão resolver este problema em 23 de outubro", afirmou Mantega.
O ministro disse ainda que, devido aos temores que a propagação da crise gera nos emergentes, começou a haver uma "saída de capitais" de alguns países, embora este não seja o caso nem do Brasil, nem da China.
Reunidos durante dois dias em Paris, ministros e governadores dos Bancos Centrais do G20 não se pronunciaram sobre a eventual ampliação do FMI caso o Fundo tenha que desempenhar um papel importante na hipótese de um agravamento da crise que leve a instituição a ter que socorrer tanto europeus quanto emergentes.
"A maioria dos países está de acordo com um FMI forte, com munição para enfrentar possíveis agravamentos da crise", afirmou Mantega, uma proposta que enfrenta a oposição dos Estados Unidos.
Atualmente, o FMI dispõe de reservas de cerca de US$ 400 bilhões em fundos.
Mas a França e outros países, com China e Índia à frente, além do Brasil, são favoráveis a enviar uma "mensagem forte aos mercados" na cúpula de Cannes (sul da França), em 3 e 4 de novembro, de que o FMI tem recursos suficientes para enfrentar "cenários extremos".
No entanto, advertiu que caso haja uma ampliação do Fundo, o "fundamental é que não afete as reformas" em curso, e que "dê maior participação aos países emergentes".
Para a diretora-gerente do FMI, "o que é indispensável é que os recursos do FMI sejam adequados para fazer frente às necessidades de seus membros em função das circustâncias econômicas".
Ao encerrar o encontro, Christine Lagarde destacou que "a situação econômica não melhorou" desde a reunião do G20, há três semanas em Washington, com "perspectivas de risco" que se tornaram mais "sombrias".
Segundo ela, a situação econômica "frágil" das economias desenvolvidas "está afetanto igualmente os países emergentes".
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- Fonte: economia.ig.com.br
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