Foto: Andréia Munford
O governo do Estado já acena com a possibilidade de reabrir as negociações com os professores, que estão em greve há 17 dias pela implantação do piso salarial nacional da categoria. A coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN), Fátima Cardoso, disse antes de começar a assembléia de quarta-feira (18) à tarde, que a secretária estadual de Educação e Cultura, Betânia Leite Ramalho, telefonou para ela que estava se levantando o impacto financeiro relacionado ao enquadramento dos professoras, mas a planilha da SEEC “não estaria batendo” com a da área econômica do governo.
Fátima Cardoso disse que existe a perspectiva da secretário Betânia Ramalho receber uma comissão do Sinte nesta terça-feira, dia 24, mas na assembléia realizada no pátio externo da Escola Estadual Winston Churchill, onde 640 professores assinaram a folha de presença, ficou acertada a realização de mais uma assembléia no dia 31 de maio para avaliação da greve.
Além da revisão do plano de carreira, a fim de equiparar os salários de 18 mil professores com os demais servidores da administração direta e indireta do Estado, o Sinte informa que 4.164 servidores da área administrativa da rede estadual de ensino esperam enquadramento funcional por parte do governo.
Fátima Cardoso disse que a alegação do governo relacionada a escassez de recursos para implantação do piso salarial não procede, vez que só de ICMS o governo arrecadou, no primeiro trimestre do ano, cerca de R$ 776 milhões: “Foram R$ 110 milhões a mais do que foi arrecadado no mesmo período do ano passado”, destacou ela.
Outro dado apontado pelo Sinte, é de que de janeiro abril de 2011, segundo dados do Portal da Transparência do Governo Federal, o Rio Grande do Norte recebeu R$ 214 milhões do Fundo de Valorização e Manutenção do Magistério (Fundeb), sendo R$ 54 milhões a mais do igual período de 2010.
“No primeiro bimestre do ano o governo só gastou 57% dos recursos do Fundeb com o quadro de pessoal”, disse a sindicalista, a qual informou que às 9 horas da quinta-feira, dia 25, haverá reunião com os representantes das escolas na sede do Sinte, na chamada subida do Baldo, na avenida Rio Branco com a rua Apodi.
Depois da assembléia na Escola Winston Churchill, que começou às 14 horas e terminou às 17 horas, os professores fizeram uma passeata até a Praça 7 de Setembro, onde, em frente a Assembléia Legislativa, fizeram um ato público e pediram apoio dos deputados à causa da categoria.
Greve não compromete estoque da merenda escolar
Os diretores de três escolas estaduais informaram, ontem, que não existe nenhum risco de perda da merenda escolar por causa da greve dos professores. Na Escola Estadual Felizardo Moura, situada na rua rua Mário Negócio, Quintas, a diretora Margarete Martins disse que 100% dos professores estão fora da sala de aula, mas “já avisaram” que estão voltando depois amanhã.
Margarete Martins informou que a Escola Felizardo Moura tem 600 alunos, metade no ensino fundamental maior e a outra metade no ensino médio, e conta com um repasse médio de R$ 3 mil para a compra da merenda escolar, como cuscuz, arroz, macarrão, verduras e outros tipos de alimentos e insumos para 30 dias.
A vice-diretora da Escola Estadual Winston Churchill, Maria da Salete de Lima, diz que além da autonomia para comprar a merenda escolar, lá a direção cumpre religiosamente a orientação da Secretaria Estadual de Educação (SEEC) quanto a formulação do cardápio, mas que é elaborado por cada escola, de acordo com suas necessidades e sugestões da comunidade escolar.
Quanto ao alimento perecível, Maria da Salete de Lima explica que não existe problema, porque os fornecedores vão deixar a alimentação no dia em que vai ser consumida. Em relação a alimentos perecíveis, mas com menor risco de perda, como cereais, tudo é armazenado e comprado dentro de um prazo, por exemplo, para ser consumido em no máximo 15 ou 20 dias.
O repasse mensal médio para a merenda nessa escola é de R$ 10 mil.Com 50% dos professores em greve, a Escola Estadual Atheneu Norteriograndense continua atendendo normalmente os alunos com merenda escolar.
A diretora Marcelle de Lucena diz que a comida feita para os alunos, mesmo com a greve, é o suficiente e nem sobra. Risco não existe de estragar, porque a escola conta com quatro freezers para armazenamento de laticínios, polpas de frutas, verduras, frango e carne.
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Fonte: tribunadonorte.com.br
Gilv@n Vi@n@
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