Desde setembro de 2008, e, em particular ao longo de 2011, o mundo vive a agonia do sistema capitalista e o desenvolvimento de sua crise. Como todos já perceberam não se trata da crise de um país, os EUA, ou de um grupo de países, a União Europeia, ou de uma moeda, o dólar ou o euro, como insistentemente os grandes meios de comunicação da burguesia divulgam, mas de uma crise geral do capitalismo, a maior desde a Segunda Guerra Mundial, e que afeta todas as economias. Até a economia chinesa já mostra sinais de desaceleração e uma possível crise no mercado imobiliário com os bancos chineses reconhecendo que de 23% dos créditos sofrem um risco sério de não serem pagos. É a globalização, não a tão cantada em prosa e verso pelos apologistas da economia de mercado, mas sim a da pobreza e do desemprego.
A destruição provocada por essa crise é gigantesca. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), nos últimos anos, 80 milhões de trabalhadores foram demitidos em todo o mundo. Somente nos EUA, maior economia do planeta, e, outrora a locomotiva do capitalismo, são 22 milhões de desempregados. O Reino Unido, 3ª maior economia do mundo, tem 8,3% da população desempregada, mas entre os jovens de 16 a 24 anos, o desemprego é de 21,9%. Na Espanha, 45,8% dos jovens não têm emprego. Na Itália, metade das mulheres está fora do mercado de trabalho e 29% dos jovens estão desempregados. No total, ainda segundo a OIT, os desempregados no mundo já somam mais de 205 milhões e 1,6 bilhão de pessoas estão em situação de emprego vulnerável.
Até setores da economia que registram aumento de lucros, demitem. Relatório da consultoria Gartner informa que no terceiro trimestre deste ano foram vendidos 440,5 milhões de telefones celulares no mundo, crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, a joint-venture Nokia Siemens Networks, segunda maior fabricante de aparelhos para telecomunicação sem fio, anunciou em 25 de novembro, que vai demitir 17 mil, 23% do quadro de funcionários da empresa.
Assim é o sistema capitalista: produz a crise, mas joga sobre os trabalhadores todo o seu ônus. Por isso, cresce em todo o planeta o número de familias sem teto, de prostituição e do comércio mundial de drogas.
Em 2008, disseram os governos e os economistas burgueses que o caminho para sair da crise era o Estado utilizar os recursos públicos para salvar os bancos e monopólios. E assim foi feito. Trilhões de dólares foram injetados no sistema financeiro internacional. No Brasil, lembremos que o governo salvou da falência os bancos Votorantim, de Antonio Ermirio de Morais, e o Panamericano, de Silvio Santos e financiou a juros baixíssimos as montadoras de automóveis.
Portanto, para salvar a oligarquia financeira ou “essa gentalha”, como diria Quico, personagem do programa Chaves, os Estados se endividaram, tomando dinheiro emprestado exatamente do capital financeiro a juros altíssimos e entregaram quase de graça para os bancos. Resultado, as dívidas públicas dispararam: a Alemanha deve 83% do PIB; a França, 86%; a Itália, 121%; Portugal, 106%, a Espanha, 65% e a Grécia 151,9%. A dívida do Japão atinge 200% do seu PIB e a dos EUA, 100%, cerca de 14,5 trilhões de dólares.
Fonte: Jornal A Verdade
Gilv@n vi@n@
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