Congresso mantém vetos de Dilma a Ato Médico e FPE.
Apuração parcial do Senado assegurou pontos defendidos pelo Planalto.
Secretaria-Geral ainda não concluiu contagem de todos os votos.
A Secretaria-Geral da mesa diretora do Senado informou à 0h23 desta
quarta-feira (21) que os senadores mantiveram os vetos da presidente Dilma Rousseff
aos projetos do Ato Médico, do Fundo de Participação dos Estados
(FPE), da cesta básica e da MP do Pronatec e Prouni. Até a última
atualização desta reportagem a Secretaria ainda não tinha detalhado o
placar final da votação.
Ao todo, nos quatro projetos, a presidente havia vetado 42 trechos. Os
42 trechos vetados se mantiveram inalterados, de acordo com a
Secretaria-Geral do Senado.
Segundo o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), a
apuração parcial do Centro de Informática e Processamento de Dados do
Senado Federal (Prodasen) apontou que apenas 38 senadores votaram pela
derrubada do veto ao projeto que retira da União a obrigatoriedade de
compensar estados e municípios pelo dinheiro do FPE retido devido a
desonerações fiscais. Ainda conforme o deputado cearense, 27 senadores
votaram pela manutenção do veto ao FPE e outros cinco se abstiveram.
No Senado, eram necessários ao menos 41 votos para derrubar o veto da
presidente Dilma Rousseff à proposta. Até a última atualização desta
reportagem, o Prodasen ainda não havia concluído a apuração dos votos
dos deputados federais.
Ainda de acordo com o líder petista, 40 senadores votaram pela
manutenção dos vetos da chefe do Executivo à Lei do Ato Médico. Outros
30 senadores se posicionaram a favor da derrubada dos 10 trechos vetados
por Dilma.
Desses vetos, nove ocorreram em um único artigo, que tratava das
atividades exclusivas aos médicos. O ponto mais polêmico foi o veto que
acabava com a determinação de que somente médicos poderiam fazer
diagnósticos e prescrever tratamentos de saúde. Também havia no projeto
original – que foi vetado pela presidente da República – dispositivo que
tornava restrita a médicos a realização de acupuntura e a indicação de
procedimento ortopédico temporário.
Para derrubar os vetos presidenciais era necessário que ao menos 41
senadores e 257 deputados votassem a favor. Além disso, se a Câmara ou o
Senado avalizassem a manutenção dos vetos, já ficaria valendo a decisão
do Executivo, independentemente do resultado obtido na outra casa
legislativa.
A apreciação dos 42 pontos rejeitados por Dilma nos quatro projetos
aprovados por deputados e senadores foi concluída às 21h44 desta terça
(20), pouco menos de duas horas após o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), autorizar o início da votação.
O resultado final só foi conhecido nesta quarta em razão de os votos
terem sido preenchidos manualmente. Ao final da sessão do Congresso, as
cédulas depositadas em nove urnas foram enviadas ao Centro de
Informática e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen) para
serem digitalizadas e processadas.
Segundo Renan Calheiros, que acumula a presidência do Senado com o
comando do Congresso, 458 deputados e 70 senadores depositaram seus
votos nas nove urnas distribuídas no plenário da Câmara. Em meio à
votação, o senador de Alagoas havia solicitado que os partidos com
representação no Congresso indicassem nomes para integrar a comissão que
iria acompanhar a contagem dos votos.
Nova regra
A sessão desta terça do Congresso foi a primeira destinada à votação de
vetos presidenciais sob as novas regras de apreciação das matérias
rejeitadas pela chefe do Executivo.
Pelo novo rito, vetos feitos a partir de 1º de julho passam a trancar a
pauta do Congresso 30 dias após serem protocolados. Os congressistas
pretendem apreciar mensalmente os vetos presidenciais, sempre na
terceira semana do mês.
Gilv@n Vi@n@
Nenhum comentário:
Postar um comentário