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16 agosto, 2012

Berço político de governador do PT é palco da maior greve da indústria no País


 Jaques Wagner encara paralisação em fábrica de Camaçari (Bahia), que já dura 47 dias e supera em quase uma semana a greve do ABC, em 1980, liderada por outro petista: Lula

Jaques Wagner enfrenta a mais longa greve da história
da indústria brasileira em Camaçari (BA)
A greve na fábrica de pneus Bridgestone no Polo de Camaçari, região metropolitana de Salvador, já dura 47 dias e bateu em quase uma semana a paralisação histórica no ABC paulista, em 1980, comandada pelo então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Mais de 30 anos depois, quem enfrentaa mais longa greve da história da indústria brasileira é outro petista: o governador da Bahia, Jaques Wagner. Não bastasse isso, Camaçari também é o berço político de Wagner, que construiu a sua trajetória no movimento sindical do Polo Petroquímico e perdeu a disputa pela prefeitura de Camaçari, em 2000.
O governador petista, que já presidiu Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Sindiquímica) nos anos 80 e liderou uma paralisação na região, foi chamado para pôr fim ao impasse entre os grevistas e a Bridgestone. Wagner então se reuniu com a diretoria do Sindborracha, no último dia 7. "Chamamos o governador para auxiliar a intermediar a greve, mas a Bridgestone se mostrou intransigente, não quis negociar", afirmou Bartolomeu. Nesse encontro estavam membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente alinhada com o PT.
Apesar do pedido do Sindborracha, Wagner ainda não se envolveu diretamente nas negociações para acabar com a paralisação. A unidade de Camaçari foi inaugurada em 2007, no primeiro ano de seu governo em troca de incentivos fiscais. A seus assessores, Wagner já disse que a solução pode estar distante. Ele também declarou que espera que as duas partes cedam nas exigências. "Um acordo bom é o que agrada a todos", afirmou o governador que, neste ano, já sofreu outro desgaste ao enfrentar a greve de 115 dias dos professores da rede estadual.
Na fábrica da Bridgestone trabalham 630 pessoas. O Sindborracha estima que cerca de 90% aderiram à paralisação. Os grevistas pleiteiam 8% de reajuste salarial e outros direitos como uma hora de refeição e a acréscimo de 40% para a jornada noturna. Além disso, querem participação nos resultados de R$ 10 mil. "Não comemoramos o fato de essa ser a greve mais longa da história. Comemoramos, sim, a unidade do trabalhador nessa luta", disse o presidente do sindicato, Clodoaldo Bartolomeu. Ele afirma que a empresa ofereceu reajuste de 8% e participação nos resultados de R$ 8 mil, o que é confirmado pela direção da fábrica.
A Bridgestone, por sua vez, declara que, desde fevereiro, tem negociado com o sindicato para a elaboração de um acordo coletivo neste ano e se reuniu nesta quarta-feira com o governador. Assim como o sindicato, pediu para Wagner entrar em campo. O petista respondeu que vai auxiliar nas conversas, mas não será o mediador das negociações. Na avaliação da empresa, a sua proposta representa maior poder aquisitivo ao trabalhador do que o acordo do sindicato. A fábrica ainda informa que 37% do efetivo já começou a trabalhar, e que a metade da totalidade dos funcionários endossou um abaixo-assinado com a pauta da empresa.
Greve de 1980
A greve de 1980, liderada por Lula, no ABC paulista foi a mais longa que as duas anteriores na região: as de 1978 e 1979. Além da exigência de reajuste salarial, redução da jornada de trabalho e estabilidade no emprego, os trabalhadores também queriam o fim da ditadura militar. Além de operários, estudante e demais segmentos da sociedade aderiram à paralisação. O movimento projetou o então líder sindical e resultou na criação do PT no mesmo ano.
Fonte: iG Bahia
Gilv@n Vi@n@

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